Em uma inciativa inédita, moradores de comunidades da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga-Conquista separaram 3,7 toneladas de embalagens plásticas, papéis, metais, garrafas de vidro e pilhas, que teriam como destino lixeiras a céu aberto e o leito do Rio Cuieiras, na zona Rural de Manaus. O material foi transportado e doado a uma cooperativa de reciclagem em Manaus, por meio de uma ação de empoderamento coordenada pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). 
Os resíduos foram separados de forma voluntária por ribeirinhos de oito comunidades do Rio Cuieiras, e depois transportados a um centro de triagem construído na Comunidade Três Unidos com apoio da Samsung e Tetra Pak. Nesse espaço, o material foi prensado pelos próprios moradores, e organizado para ser transportado em Manaus.
“Esse projeto veio fortalecer nossas práticas com esses resíduos. Antes tudo era enterrado, os papelões eram queimados e até jogados no rio. Com esse projeto e um pouquinho de tempo, a gente pode deixar o espaço mais limpo. Entendemos a importância disso”, destacou o tuxaua Valdemir Triukuxuri, indígena da etnia kambeba que participa do projeto.
Das oito comunidades envolvidas, São Francisco do Chita, localizada na RDS Puranga-Conquista, foi a que mais arrecadou resíduos durante o ano: 1.600 kg. Além dos moradores, os Agentes Ambientais Voluntários, comunitários locais capacitados pela SEMA, se reuniram em Três Unidos para pesagem final e prensagem dos resíduos.
“Fornecemos todo o amparo para que eles estejam à frente dessas ações, para que possam ser reconhecidos como principais atores das transformações nas comunidades, ter consciência de que isso é algo que fica para eles”, afirma Francisca Pimentel, consultora da Sema. 
O material arrecadado foi entregue à Associação de Reciclagem e Preservação Ambiental (ARPA), que dará o destino correto aos resíduos. A atividade de mobilização é realizada regularmente com oficinas de arte e educação, que devem seguir em 2017.
 
“A ideia é incentivar a destinação correta voluntariamente, buscando o engajamento das comunidades com uma nova visão sobre os resíduos sólidos. Vê-los envolvidos nas atividades, trazendo os resíduos de comunidades bem distantes em canoas e motores rabetas, mostra que estamos no caminho certo”, destacou Adriano Rodrigues, coordenador de Arte e Educação da FAS.

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