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Edital Floresta Em Pé

FAS lança websérie ‘Soluções para Sustentabilidade’ sobre cadeias produtivas na Amazônia

A cada 15 dias, conteúdos multimídia sobre farinha, cacau, castanha, pirarucu, açaí, turismo, guaraná, óleos vegetais e manejo de madeira serão lançados nas redes sociais e site da instituição.

A Amazônia oferece uma infinidade de produtos e serviços vindos da natureza. Farinha, cacau, castanha, pirarucu, açaí, guaraná, madeira, óleos vegetais e as próprias belezas naturais são recursos disponíveis em rios e florestas da região que alimentam populações no campo e na cidade, geram renda e são a identidade do povo amazônida. Se usados de forma sustentável, ajudam a manter a floresta em pé, conservam o meio ambiente e melhoram a qualidade de vida de populações ribeirinhas e indígenas.

Com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) apoia comunidades tradicionais na Amazônia que vivem desses recursos naturais dentro de Unidades de Conservação (UC) e fazem deles fontes de renda como cadeias produtivas. Com o propósito de divulgar tais sistemas produtivos, desde a colheita dos recursos naturais, o processamento sustentável e até chegar à mesa do consumidor, a FAS lança a websérie “Soluções para Sustentabilidade”, apresentando nove cadeias produtivas na Amazônia: farinha, cacau, castanha, pirarucu, açaí, turismo, guaraná, óleos vegetais e manejo de madeira.

A cada 15 dias, conteúdos multimídia com vídeo e publicações serão lançados nas redes sociais e site da instituição sobre as cadeias produtivas. A primeira é a farinha, que vai ao ar neste sábado (6) no YouTubeFacebookInstagramTwitter, LinkedIn e site da FAS. Cultura e tradição da farinha de mandioca na Amazônia, o processo produtivo, comercialização e os desafios e as soluções para fazer da farinha uma potência em geração de renda de forma sustentável para comunidades tradicionais estarão nos conteúdos divulgados nas mídias sociais da FAS. Toda a série recebeu cooperação estratégica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

“É uma série documental que fala de nove cadeias produtivas. O objetivo é mostrar todas as etapas do processo de produção. Na farinha, por exemplo, a primeira da série, mostramos desde o plantio até a colheita, o processamento e o momento que é empacotado para ir aos supermercados e chegar na casa das pessoas. Mostramos como a cadeia acontece, como ela recebe apoio da FAS e quem está por trás dessa produção, os comunitários e os empresários também”, explicou Dirce Quintino, produtora audiovisual que assinou o trabalho de vídeos da série.

Todo o “Soluções para Sustentabilidade” levou um ano para ser produzido e filmado e abrangeu comunidades localizadas nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Mamirauá, do Uacari, Rio Negro, Juma e Madeira, e também na Área de Preservação Permanente (APA) do Rio Negro. “A série mostra como a vida das pessoas mudou a partir do momento em que elas se dedicaram às cadeias produtivas e passaram a atuar de forma sustentável nas reservas. O bom é que hoje elas estão conscientes que conseguem viver da floresta e deixar ela conservada”, comentou a superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, Valcleia Solidade.

Para acompanhar a websérie “Soluções para Sustentabilidade” basta acessar as redes sociais da FAS. A coordenação geral é do superintendente-geral Virgílio Viana, coordenação da superintendente de Desenvolvimento Sustentável Valcleia Solidade e coordenação executiva do coordenador de comunicação da FAS Felipe Irnaldo. Na equipe técnica tem Michelle Costa, Marilson Rodrigo, Edvaldo Correa, Adamilton Bentes, Marcelo Castro e Jousanete Dias. A produção audiovisual é de Dirce Quintino e Thiago Looney, redação de Vandré Fonseca e Vinícius Leal e projeto editorial de Ana Cláudia Medeiros.

‘Farinha de Uarini’ produzida por ribeirinhos passa a ser vendida com selo Origens Brasil

Cultivada por comunitários da RDS Mamirauá, entre os municípios de Uarini e Alvarães, a farinha “A Ribeirinha” agora circula com o selo nacional de garantia de origem florestal.

O mais tradicional produto da agricultura familiar ribeirinha do Amazonas e queridinha no paladar dos amazonenses, a farinha de mandioca do tipo “ovinha”, produzida na região de Uarini, e vendida com o nome de “A Ribeirinha”, passa agora a ser comercializada com o selo Origens Brasil, um selo nacional que garante que o cultivo e/ou a fabricação de um produto têm origem florestal e respeita tanto o meio ambiente quanto suas populações tradicionais e seus territórios.

Cultivada por agricultores de 15 comunidades situadas entre os municípios de Uarini e Alvarães, a cerca de 550 quilômetros de Manaus, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, a farinha também é empacotada pelos próprios comunitários e comercializada com o nome de “A Ribeirinha”, recebendo apoio técnico da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), com recursos do Fundo Amazônia/BNDES, por meio do programas Geração de Renda e Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis.

“O selo Origens mostra a origem e dá a rastreabilidade do produto, garante que esse produto vem da floresta e que ele promove uma relação comercial mais justa, ética, transparente e equilibrada entre quem produz e quem cultiva, e também quem consome”, explicou Edvaldo Oliveira, coordenador da Regional Solimões do Programa Geração de Renda, da FAS. Segundo ele, o selo é o reconhecimento do trabalho feito pelos agricultores. “É importante a farinha receber o selo para valorizar o produto e reconhecer o trabalho dos comunitários”.

O selo Origens Brasil, além de garantir a origem florestal do produto, funciona também como um QR Code que, após ser escaneado numa tela de smartphone, redireciona o consumidor a um endereço eletrônico com informações sobre a origem do produto, as histórias dos povos que o produzem, qual região, entre outros dados, estimulando o respeito à diversidade dos modos de vida tradicional. O selo foi criado pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA).

O lançamento do selo Origens Brasil na farinha “ovinha” acontece na data em que “A Ribeirinha” completa um ano no mercado. “É importante o selo estar num produto como ‘A Ribeirinha’ para mostrar quem está por trás da produção, quem são esses produtores, qual é a área protegida, a região de onde a farinha vem. Isso dá transparência aos compradores e consumidores, que por vezes não conhecem essa região da Amazônia”, afirmou de Helga Yamaki, coordenadora do Imaflora.

Farinha secular

Descendente de indígenas e cultivada há séculos por populações tradicionais na Amazônia, a farinha de mandioca do tipo ovinha da região de Uarini alcançou uma especificidade de produção e qualidade que deram fama ao produto. O selo Origens Brasil é mais uma garantia de qualidade para a “farinha de Uarini”.

“Agora a gente consegue mostrar a história do nosso povo ribeirinho agricultor, mostrar o rosto dos produtores, como a farinha é produzida, quantas famílias participam e de onde sai”, disse Raimundo Rodrigues “Xexeo”, agricultor da comunidade São Francisco do Aiucá, da RDS Mamirauá. “Antes a pessoa só comprava e comia, hoje ela vai poder saber a nossa história, de onde vem. (A farinha) vai ficar mais conhecida, as pessoas vão poder comprar de qualquer lugar do mundo e pelo preço que vale, um produto sustentável e sem agrotóxicos”.

Foto: Dirce Quintino (FAS)

‘A Ribeirinha’

Há um ano, por meio dos programas Geração de Renda e Empreendedorismo da FAS, a farinha ovinha produzida por agricultores das comunidades na RDS Mamirauá passou a ser empacotada na comunidade Campo Novo e comercializada com o nome “A Ribeirinha”. Ela é vendida no mercado local, no Amazonas, e, mais recentemente, também passou a ser vendida a nível nacional por meio da loja virtual “Jirau”, uma parceria da FAS com as americanas.com. Acesse o link a seguir para comprar on-line a farinha “A Ribeirinha”: https://bit.ly/2ZMqN6q

E antes de ajudar a levar a “farinha de Uarini” ao mercado nacional, a equipe técnica da FAS desenvolveu ações de qualificação, treinamento e negócios com os produtores por meio do programa de Empreendedorismo. “O selo vai contribuir no reconhecimento do território, da origem, da história, do local e dos povos que trabalham de forma justa e sustentável pela manutenção da floresta. Ao colocar ‘no mapa’ a farinha ‘A Ribeirinha’ por meio do selo Origens Brasil, o empreendimento comunitário poderá ser valorizado como um produto de valor comercial mais justo num mercado que é cada vez mais exigente”, ressaltou Wildney Mourão, coordenador de Empreendedorismo da FAS.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira não governamental, sem fins lucrativos, que promove o desenvolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das populações que vivem em Unidades de Conservação (UC) no Amazonas, em cooperação estratégica com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Duas toneladas de tambaqui manejado são colocadas à venda neste fim de semana na FAS

Pescadores da região do Médio-Solimões vêm até Manaus comercializar o pescado a preços que variam de R$ 9 a R$ 17 o quilo. A venda incentiva o manejo do peixe e gera renda às famílias ribeirinhas.

Duas toneladas de tambaqui manejado da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, na região do Médio-Solimões, serão vendidas a das partir das 8h deste sábado (15), em Manaus, na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), na rua Álvaro Braga, número 351, bairro Parque Dez, na Zona Centro-Sul da capital. Os preços vão variar de acordo com o tamanho do peixe, indo de R$ 9 a R$ 17 o quilo.

A ação, desenvolvida em parceria com a FAS, permite que a população de Manaus compre pescados manejados diretamente com os produtores, sem a participação de atravessadores ou distribuidores. A venda incentiva o manejo do peixe e gera renda às famílias pescadoras que vivem em comunidades ribeirinhas como as da RDS Mamirauá, uma Unidade de Conservação (UC) onde a FAS atua.

Os tambaquis de rio serão vendidos de acordo com o peso seguindo uma tabela de preços. Os peixes até 4,999 quilos serão vendidos a R$ 9 o quilo; os peixes de 5 a 6,999 quilos o preço pago será R$ 11/kg; de 7 a 10,999 quilos o valor será R$ 14/kg; e tambaquis com peso entre 11 e 15,999 quilos sairão por R$ 17/kg. Caso as duas toneladas de tambaqui não sejam completamente vendidas haverá comercialização no domingo (16), durante a Feira da FAS. Saiba mais abaixo.

Atualmente, o manejo de peixes em Unidades de Conservação (UC) do Amazonas é uma das atividades mais importantes para gerar renda a comunidades ribeirinhas e desenvolver sustentavelmente as regiões. Todo o lucro arrecadado é revertido aos pescadores, estimulando o comércio justo e o empoderamento comunitário.

Os pescados são produzidos em rios e lagos na RDS Mamirauá, na zona rural de Fonte Boa, município a 678 quilômetros de Manaus, na região do Médio-Solimões, com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e com apoio do Programa Bolsa Floresta (PBF), por meio do Fundo Amazônia/BNDES.

Feira da FAS

No domingo (16), das 8h às 20h, também na sede da FAS, acontece a 13ª edição da Feira da FAS, com entrada gratuita e atividades diversas ligadas a economia criativa, sustentabilidade, verde, produtos naturais, jardinagem, decoração, artesanato, artes plásticas, moda, gastronomia, música, literatura, teatro, dança, esportes, saúde, bem-estar, jogos, entre outros. A feira é petfriendly, ou seja, é permitido levar animais de estimação.

Serviço

O quê: venda de duas toneladas de tambaqui na sede da FAS
Quando: sábado (15), a partir das 8h
Onde: sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), na rua Álvaro Braga, número 351, bairro Parque Dez, na Zona Centro-Sul da capital
Foto: Dirce Quintino

Papo Sustentável debate soluções para levar água potável a comunidades ribeirinhas do Amazonas

Iniciativas inovadoras como o projeto Água+Acesso, desenvolvido pela FAS, Instituto Coca-Cola, WTT e Fundação Avina, e a distribuição de sachês purificadores de água da P&G, foram exemplos de soluções

Iniciativas que levam água potável a comunidades ribeirinhas no Amazonas sem acesso ao serviço foram exemplificadas na noite desta quinta-feira (30) durante o Papo Sustentável, um encontro com debate que aconteceu na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em Manaus. Líderes comunitários, presidentes de associações de moradores e parceiros como empresas e institutos estiveram presentes discutindo soluções e divulgando resultados das ações desenvolvidas para levar água a regiões remotas no Estado.

Uma dessas soluções foi o projeto Água+Acesso, que implementa estações de captação, tratamento e distribuição de água em comunidades ribeirinhas do Amazonas onde a FAS atua, por meio de uma parceria com o Instituto Coca-Cola, a Fundação Avina e o o WTT World Transforming Tecnologies. As estações funcionam com energia solar e sustentável e em dois anos de projeto mais de 54 mil pessoas foram beneficiadas em oito estados brasileiros, incluindo o Amazonas. Uma delas foi a comunidade N. S. do Perpétuo Socorro, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, em Iranduba.

“A gente acha que pelo fato da Amazônia ter uma abundância de rios e igarapés, uma bacia hidrográfica grande, as populações são fartas de água limpa em casa. Mas não é bem assim. Muitas comunidades não têm acesso a água seja para tomar banho ou para fazer comida ou outras necessidades”, explicou Valcléia Solidade, superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS e coordenadora do projeto Água+Acesso. “A implantação dessa iniciativa foi decisiva para diminuir os índices de doenças de veiculação hídrica nessas regiões”, ponderou.

Em dois anos do Água+Acesso, mais de R$ 8 milhões foram investidos em vários projetos no Brasil. De acordo com Gaston Kremer, do WTT, 50% dos projetos de água e saneamento na América Latina acabam fracassando após dois ou cinco anos de implantação. “O Brasil tem muitos desafios a enfrentar para dar acesso a água às pessoas. Iniciativas inovadoras como essa do Água+Acesso aplicadas na Amazônia têm papel fundamental para mudar esse cenário. São exemplos do que deu certo e esperamos continuar contribuindo com tecnologias”.

Purificadores de água

Outra solução para levar água potável a localidades remotas no Amazonas expostas no Papo Sustentável foi a distribuição de mais de 1 milhão de sachês com pó purificador de água da P&G, uma tecnologia desenvolvida pela multinacional Procter & Gamble que já beneficiou milhares de populações carentes em todo o mundo. Como é o caso das comunidades ribeirinhas situadas na Reserva Extrativista (Resex) do Rio Gregório, entre municípios de Ipixuna e Eirunepé e que fica a mais de 1 mil quilômetros de Manaus, ou seja, uma região remota.

“Hoje a gente tem água boa, quase mineral dentro de casa”, comemorou Deuziano Pinheiro, líder comunitário na Resex Rio Gregório, durante o Papo Sustentável. Ele cita as comunidades da reserva que receberam recentemente 48 mil unidades do sachê P&G, o suficiente para purificar até 480 mil litros de água. Cada sachê é capaz de limpar dez litros de água em aproximadamente 30 minutos. Dá para purificar muita água. Agora a população vai ficar assistida”, finalizou Deuziano Pinheiro.

XXII Encontro de Lideranças

O Papo Sustentável sobre água aconteceu durante o XXII Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta, um evento promovido pela FAS com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Bradesco e Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), com objetivo de avaliar e aprimorar a aplicação do Programa Bolsa Floresta (PBF) – uma política pública implementada pela FAS que beneficia populações ribeirinhas em Unidades de Conservação (UC). O evento também é oportunidade para discutir desafios das comunidades e empoderar os líderes comunitários.

XXII Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta inicia nesta segunda (27) com extensa programação

Evento promovido pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) para avaliar e aprimorar o Programa Bolsa Floresta (PBF), e empoderar e capacitar líderes ribeirinhos, acontece até sexta-feira (31) com debates, palestras, mesas redondas e capacitações.

Lideranças ribeirinhas do Amazonas, oriundas de diversas comunidades pelo Estado, se reúnem em Manaus a partir desta segunda-feira (27) para participar do XXII Encontro de Lideranças do Programa Bolsa Floresta, um evento com extensa programação que inclui debates, palestras, mesas redondas e capacitações, e que acontece até sexta-feira (31), na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), na rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez, Zona Centro-Sul. Confira aqui a programação completa.

O objetivo é avaliar e aprimorar a estratégia e a metodologia de implementação do Programa Bolsa Floresta (PBF), uma iniciativa desenvolvida pela FAS em 16 Unidades de Conservação (UC) que recompensa e melhora a qualidade de vida de populações ribeirinhas que vivem em comunidades do Estado e que contribuem para a conservação da floresta. O PBF é mantido com recursos do Fundo Amazônia/BNDES, do Bradesco e da Coca-Cola e recebe apoio técnico do Governo do Amazonas.

O evento, que também empodera e capacita as lideranças, é uma oportunidade para debater problemas comuns ao cotidiano do interior e que afetam as comunidades, como a BR-319, monitoramento ambiental, políticas públicas, resíduos sólidos, empreendedorismo ribeirinho, violência sexual, manejo florestal, recursos hídricos, microcrédito, bioeconomia, segurança pública e tráfico de drogas. Dentro da programação também ocorre o Papo Sustentável 2019, na quinta (4), com o tema “Soluções para o acesso à água potável em comunidades ribeirinhas do Amazonas”.

Serviço

O País: XXII Encontro de Lideranças do Programa Bolsa Floresta
Quando: 27 a 31 de maio de 2019, das 8h às 21h
Onde: sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), na rua Álvaro Braga, nº 351, bairro Parque Dez, na Zona Centro-Sul de Manaus
quanto: livre

Diálogo entre ribeirinhos e poder público é principal resultado do XXII Encontro de Lideranças

Evento que reuniu líderes de comunidades das UCs do Amazonas proporcionou debates, palestras e capacitações com objetivo de aprimorar o Programa Bolsa Floresta, melhorar a qualidade de vida das populações e diminuir o desmatamento nessas regiões

XXII Encontro de Lideranças do PPrograma Bolsa Floresta encerrou na noite desta sexta-feira (31), em Manaus, após uma semana de debates, palestras e capacitações, reunindo num só lugar, nd sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), 47 líderes ribeirinhos de Unidades de Conservação (UC) com objetivo de discutir desafios e soluções para aprimorar a política pública do Bolsa Floresta, melhorar a qualidade de vida das comunidades e diminuir o desmatamento nessas regiões. O evento contou com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Bradesco e Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

O contato direto entre comunitários e o poder público foi um dos diferenciais dessa edição. É o que conta a líder comunitária Brenda Monique Valentim, da comunidade São Francisco do Igarapé do Chita, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Faz arquivo Conquista, na zona rural de Manaus. “Foi ótimo porque houve a participação de vários órgãos que vieram nos ouvir e ver como é a realidade nas comunidades. Foi um evento mais voltado à nossa realidade. Os secretários estaduais nos ouviram bastante, tiveram intervalos de perguntas e nós pudemos expressar o que a gente quer para as nossas comunidades”, disse.

A superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, Valcléia Solidade, que já coordenou o Programa Bolsa Floresta, também citou a forte presença do poder público. “O Estado esteve muito presente, o que tem sido inédito nesta edição. E um dos nossos objetivos é fazer com que tanto o Estado como a sociedade saibam o que está acontecendo dentro das Unidades de Conservação, que eles entendam o processo, os avanços que esses ambientes proporcionam às famílias e comunidades, à conservação ambiental e também os desafios que temos pela frente”, completou.

O XXII Encontro de Lideranças foi realizado pela FAS em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e o titular da pasta, Eduardo Taveira, participou de diversos momentos do evento, como o diálogo sobre os avanços e os desafios das políticas públicas de meio ambiente no Amazonas. “Não podemos definir políticas públicas sem ouvir quem é diretamente impactado por elas. Durante o encontro a nossa equipe pôde escutar cada representante que está presente, saber cada desafio enfrentado por eles e, assim, pensar nas melhores estratégias para oferecer um serviço público mais eficiente”, disse.

Debates e diálogos

Diversas temáticas foram debatidas durante o XXII Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta, como acesso a água potável, monitoramento ambiental, resíduos sólidos, manejo florestal, política, Microcredele, bioeconomia, empreendedorismo ribeirinho, a rodovia BR-319, violência sexualsegurança pública, entre outros. “Trouxemos ao encontro temáticas novas como a bioeconomia e a questão da segurança pública dentro das comunidades ribeirinhas e nos rios. Ter alguém da segurança no encontro para ouvir o desabafo dos comunitários e entender o que se passa nesses lugares tão distantes foi essencial”, reforçou a superintendente Valcléia Sólidoade.

líder comunitário Jerôncio Catulinus de Sousa, da comunidade S. João do Piagaçu, O sal de anamem Maraã, a perto de 600 quilômetros de Manaus, enfatizou a importância de debater segurança nas Unidades de Conservação. “Foi muito bom esse espaço para falar de segurança. Pudemos mostrar a nossa realidade e pedir mais fiscalização nos nossos rios. Pela primeira vez as secretarias de Estado estavam quase todas e isso para nós é uma grande alegria. Poder ser ouvido, ouvir o que eles têm a dizer e levar tudo para a minha comunidade. Espero os próximos encontros continuem assim, os secretários apoiando as Unidades de Conservação”, disse.

Capacitações

Capacitações e formações também fizeram parte da programação do XXII Encontro de Lideranças. Os líderes comunitários receberam diversos treinamentos e puderam aprender desde sobre informática básica, a gestão de resíduos sólidos, como proporcionando contas do dinheiro público, como elaborar e redigir projetos, como montar um modelo de negócios, educação financeira e microcrédito, entre outros.

“O mais importante que vou levar para a minha comunidade são os projetos de turismo, que é o mais próximo da nossa realidade. A gente trabalha com ecoturismo e foi possível receber diversas propostas de projetos para a nossa RDS. Sem falar da bioeconomia, que também faz parte da nossa reserva. Como podemos melhorar a nossa produção voltada à bioeconomia, novos projetos, novos medicamentos naturais”, conta Brenda Monique Valentim, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável arquivo Conquista.

Papo Sustentável

Outro momento importante do XXII Encontro de Lideranças foi o Papo Sustentável sobre acesso a água potável nas comunidades. Soluções para levar água a regiões remotas do Amazonas foram compartilhadas durante o debate. “Esse momento foi muito especial. Pudemos sentir e perceber a satisfação dos comunitários com os investimentos feitos para levar água a esses locais. Água é vida e foi maravilhoso ouvir a experiência dessas pessoas e a forma como estão se organizando para gerir sistemas de água. Porque muito mais importante do que ter acesso a água é manter esse acesso por um longo período”, explanou Valcléia Solidade.

Entre as iniciativas apresentadas estavam o projeto Água+Acesso, que implanta nas comunidades estações de captação, tratamento e distribuição de água a partir de energia sustentável, por meio do Instituto Coca-Cola, Fundação Avina e o WTT Mundial transformando Technologies, e também a parceria com a multinacional Procter & Gamble para distribuir sachês com pó que purifica e transforma água poluída em potável para localidades sem acesso ao serviço. “Hoje a gente tem água boa, quase mineral dentro de casa”, comemorou Deuziano Pinheiro, líder comunitário na Reserva Extrativista (Resex) do Rio Gregório, que recebeu 48 mil unidades do sachê da P&G, o suficiente para limpar até 480 mil litros de água.

Metas e desafios

Até o próximo encontro, os líderes ribeirinhos e o poder público têm ações a serem cumpridas. É o que reforça Valcléia Solidade“Os líderes estão aqui representando as comunidades. Eles fazem acertos e ajustam estratégias de ação. Do ponto de vista político se fortalecem como lideranças para cobrarem poder público. E entre os desafios estão continuar os projetos em andamento e continuar mantendo a floresta em pé e o índice de desmatamento lá embaixo. Além de continuar fazendo as associações gerirem os próprios recursos, ter cada vez mais transparência, gerenciar seus produtos e cadeias produtivas. Tem muita coisa a ser feita, não só pou eles, mas pela FAS também”.

Entre os parceiros do XXII Encontro de Lideranças estão Fundo Amazônia, Bradesco, Governo do Amazonas, Sema, Ministério Público Federal (MPF), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Aliança para a Bioeconomia da Amazônia (Abio), Fundo Newton, Coca-Cola Institute, Fundação Avina, WTT, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa), as secretarias de Produção Rural (Sepror)Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti), Segurança Pública (SSP), Assistência Social (Seas), Educação (Seduc), cultura (SEC), Ministério Público de Contas (MPC), Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Assembleia Legislativa do Amazonas e as dezenas de associações das comunidades.

Bolsa Floresta

O Programa Bolsa Floresta (PBF), foco das ações do XXII Encontro de Lideranças, é uma política pública implementada pela FAS em 16 Unidades de Conservação (UC), em cooperação técnica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), com objetivo de recompensar populações tradicionais, ribeirinhas e indígenas, que vivem dentro das áreas de floresta pelos serviços prestados em favor da conservação ambiental. O PBF é mantido com recursos do Fundo Amazônia/BNDES, do Bradesco e da Coca-Cola e apoio do Governo do Amazonas, por meio da Sema.