Category

Educação e Saúde

Programa Dicara irá beneficiar 800 crianças e adolescentes ribeirinhos de Itapiranga

 Novo projeto terá um aumento no orçamento de 500 mil (2017-2019) para 1,5 milhão (2020-2022)

Mais de 800 crianças e adolescentes ribeirinhos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã e da periferia do município de Itapiranga serão beneficiadas com a renovação da cooperação técnica entre a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a prefeitura de Itapiranga (339 quilômetros de Manaus) realizada nesta terça-feira (11) na sede da FAS, em Manaus. 

Desde 2014, o Programa de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas da Amazônia (Dicara) é desenvolvido nas zonas rurais e periféricas de Itapiranga com o objetivo de fortalecer a autonomia e a autoestima da população de 0 a 17 anos de idade residente em Unidades de Conservação (UC) do Amazonas. As ações e atividades do programa estruturadas em três eixos: educação, saúde e cidadania buscam direcionar as crianças e adolescentes ribeirinhos para o enfrentamento de desafios vivenciados nas comunidades como evasão escolar, falta de oportunidades, exclusão digital, violência doméstica, exploração sexual e drogas.

A exclusão digital era uma realidade enfrentada pelo estudante de administração, Geisiel Souza. “Antes do projeto chegar na comunidade não havia como ter aulas de informática. Ainda que eu quisesse, me faltava o dinheiro para pagar. E essa não era uma dificuldade enfrentada só por mim, mas também por meus colegas. Só consegui fazer o curso porque o Dicara trouxe aulas de informática para toda a comunidade. Essa foi a realização de um dos meus sonhos”.

Segundo a prefeita de Itapiranga, Denise Lima, a parceria com a FAS deve servir como exemplo para outras instituições trabalharem unidas em prol de oportunidades para crianças e jovens ribeirinhas.

“Todas as melhorias vistas no município de Itapiranga só puderam ser realizadas porque há parcerias com instituições como FAS que tem um programa que desenvolve nossas crianças e as encaminha para que elas se tornem líderes. Às vezes nós queremos realizar projetos e ações como essas, mas somente com o orçamento do município não é possível. Estou muito otimista com a renovação dessa parceria pois acredito nas mudanças positivas que ela trará para a população de Itapiranga”.

Para o gerente do Programa de Educação e Saúde (PES) da FAS, Anderson Matos, a assinatura deste termo demonstra que é possível a união entre a sociedade civil organizada, o poder público e a iniciativa privada para a garantia de direitos básicos. “Hoje é um dia muito especial para nós, pois assegurar às nossas crianças e adolescentes ribeirinhas o acesso à seus direitos básicos, contribuindo para o seu desenvolvimento integral é o maior de nossos objetivos. Falamos de sonhos, de oportunidade, mas falamos também de transformação. Já temos projetos similares em outros sete municípios e o nosso desejo é que o município de Itapiranga possa inspirar muitos outros”, disse Anderson.

Hoje com braços em seis Unidades de Conservação e municípios do Amazonas, o Dicara entra numa nova fase em Itapiranga e na RDS Uatumã, elevando de 600 para 800 crianças e adolescentes beneficiados em 21 comunidades e abrangendo mais dois bairros periféricos. Além disso, o número de famílias atendidas pelo programa também deve crescer de 200 para 300 famílias tendo em vista o aumento no orçamento do projeto de 500 mil (2017-2019) para 1,5 milhão (2020-2022).

SOBRE A FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

SOBRE O PROGRAMA DICARA

O Programa de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas na Amazônia (Dicara), que apoia o evento, desenvolve ações voltadas à garantia dos direitos de crianças e adolescentes de Unidades de Conservação (UC) no Amazonas. O público do Programa são as comunidades ribeirinhas, já que nestas localidades existem aspectos que levam as crianças e adolescentes a fatores de risco e vulnerabilidade social.

O Dicara foi criado como estratégia para preencher essas lacunas da juventude ribeirinha, promovendo cidadania e proporcionando acesso à informática, música, esporte e lazer por meio de cursos, além de orientações básicas de cidadania e atendimentos de saúde. As atividades do programa atendem gratuitamente jovens entre sete e 17 anos, numa parceria com os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e é viabilizado com Ticket, REPOM, Edenred, BIC, Unilever, EMS, Legrand, Banco Yamaha, Germed, CONIPA, Siemens e Bradesco

Estudantes ribeirinhos e indígenas apoiados pela FAS colam grau na Escola Samsung Amazonas

Mais de 600 crianças e adolescentes de comunidades tradicionais são beneficiadas com ações de educação desenvolvidas pela FAS, em parceria com a Samsung, Governo do Amazonas e prefeituras municipais

Promover uma educação inovadora para o desenvolvimento socioambiental da Amazônia é o principal objetivo da parceria entre a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a Samsung, uma cooperação renovada recentemente que beneficia 659 crianças e adolescentes ribeirinhos e indígenas que estudam em escolas nos Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS) da FAS, dentro de Unidades de Conservação (UC) no Amazonas. Nesta quinta (12), 14 estudantes da Escola Estadual Samsung Amazonas, na NCS Assy Manana, na comunidade Três Unidos, dentro da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Negro, colaram grau no Ensino Médio.

A parceria FAS-Samsung, que possibilitou a formação desses alunos e que também beneficia egressos, professores e as próprias comunidades como um todo, existe desde 2010 com foco no apoio a projetos de educação desenvolvidos em 38 comunidades pelo Amazonas, iniciativas que envolvem desde práticas agroecológicas até educomunicação, como o projeto Repórteres da Floresta, onde os jovens são ensinados a como usar a mídia e como produzir conteúdos voltados à própria realidade.

Um dos destaques dessa parceria foi a construção, em 2011, do Núcleo Assy Manana, na comunidade Três Unidos, a 65 quilômetros de Manaus, onde fica a “Escola Samsung”, administrada pela Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (Seduc), e também onde aconteceu a colação de grau dos 14 ribeirinhos e indígenas.

Os estudantes são moradores tanto da comunidade Três Unidos como de outras da região, como Monte Sinai do Igarapé Açu, São Tomé, Nova Esperança e Boa Esperança. “É uma emoção muito grande conseguir chegar até aqui, realizar o sonho da formatura no Ensino Médio. Tudo graças à escola aqui na comunidade”, comemorou Vitória Oliveira, de 19 anos.

A Escola Estadual Samsung Amazonas oferece aulas nas três séries do Ensino Médio para mais de 150 alunos de 11 comunidades do entorno, com apoio do Governo do Amazonas, via Seduc. A parceria também inclui cursos complementares, merenda escolar e fornecimento de energia elétrica para o prédio da escola.

Projetos de educação

As ações de educação desenvolvidas pela FAS apoiadas pela Samsung também têm gerado impacto positivo na vida de alunos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, em Novo Aripuanã, a 300 quilômetros de Manaus, como o jovem Anaylson Ribeiro, da comunidade do Abelha. Ele é estudante no NCS Victor Civita. “Hoje eu posso garantir que essa escola foi o local em que eu cresci como ser humano e cidadão através do conhecimento” disse.

Anaylson participa do Projeto de Incentivo à Leitura e à Escrita (Incenturita), que tem aporte da Samsung. O estudante também integrou uma comitiva de estudantes ribeirinhos que fizeram intercâmbio de conhecimento entre Brasil e Alemanha no início de 2018.

A parceria FAS-Samsung em iniciativas de educação beneficia mais de 600 crianças e adolescentes também com apoio de prefeituras municipais no interior do Estado, como as prefeituras de Jutaí e de Novo Aripuanã, onde fica a RDS do Juma.

Novos desafios

A recente renovação da parceria FAS-Samsung representa a chegada de novos desafios para a educação na região amazônica. É o que afirma a superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, Valcléia Solidade. “Essa renovação é muito importante para dar continuidade aos projetos da Fundação e para ampliar os projetos com foco no empreendedorismo, fortalecendo assim a possibilidade de geração de renda entre esses jovens” disse.

A Samsung vem apoiando uma série de programas e projetos educacionais para o desenvolvimento de lideranças jovens na condução de mudanças sociais positivas e para construir um mundo melhor para todos “Estamos empenhados em realizar a nossa visão ‘Together for Tomorrow! Enabling People’, capacitando as gerações futuras para alcançar seu pleno potencial por meio da educação”, afirmou Isabel Costa, gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil.

Umas das novidades da renovação dessa parceria é o “Projeto Tarrafa”, cujo nome faz referência à rede de pesca dos ribeirinhos e à habilidade necessária para manejá-la e que busca agregar capacidades vocacionais dos jovens em cursos complementares de empreendedorismo e desenvolvimento de protótipos de negócios voltados para a realidade local.

O projeto pretende colocar em prática as ideias e soluções inovadoras propostas pelos ribeirinhos no ramo do empreendedorismo, onde as melhores iniciativas vão ser avaliadas pelos profissionais da FAS e da Samsung e terão oportunidade de receber apoio na execução. “O objetivo é oferecer a eles uma experiência de cocriação de um plano para o futuro, reunindo o potencial inovadores deles e o conhecimento local, tradicional”, disse Anderson Mattos, gerente do Programa de Educação e Saúde da FAS.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta, por meio de programas e projetos. Ao todo, cerca de 40 mil pessoas são beneficiadas pelas ações da FAS em 581 comunidades e 16 Unidades de Conservação, em cooperação com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Recentemente, a FAS alcançou um marco histórico em toda sua trajetória de ações de educação na Amazônia. A ONG recebeu o Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, o ESD Prize, concedido pela Unesco e bancado pelo governo do Japão a soluções inovadoras do mundo capazes de transformar a realidade através do desenvolvimento sustentável. A FAS é a única instituição sul-americana da história a receber tal prêmio.

Sobre a Samsung

A Samsung inspira o mundo e cria o futuro com ideias e tecnologias inovadoras. A companhia está redefinindo o mundo de TVs, smartphones, wearables, tablets, eletrodomésticos, sistemas de conexão e memória, sistema LSI, fundição de semicondutores e soluções LED. Para saber mais sobre as últimas notícias, por favor, visite a Sala de Imprensa da Samsung em http://news.samsung.com/br

Festival Juventudes celebra identidade e talento de jovens ribeirinhos e indígenas do Baixo Rio Negro

Comunidade do Tumbira, na RDS Rio Negro, foi palco de evento que reuniu 250 pessoas, entre eles 70 adolescentes e jovens, como resultado das ações de educação desenvolvidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS)

A juventude ribeirinha e indígena do Amazonas da região do Baixo Rio Negro celebrou a própria identidade e o talento para as artes e o esporte no III Festival Juventudes Ribeirinhas, ocorrido no último sábado (30), com cerca 250 pessoas, entre 70 adolescentes e jovens, moradores de comunidades tradicionais situadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro e na Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Negro, além de lideranças comunitárias e parceiros.

Eles participaram de diversas atividades como resultado das ações de educação desenvolvidas Fundação Amazonas Sustentável (FAS) no último ano. A comunidade do Tumbira, na RDS Rio Negro, em Iranduba, a cerca de uma hora de lancha de Manaus, foi o palco do festival, que está na terceira edição e incluiu rodas de conversa, oficinas, atividades esportivas e um espetáculo teatral na programação.

Os cerca de 70 jovens que participaram do festival já integram de diversos projetos de educação da FAS, como o Incentivo à Leitura e à Escrita (Incenturita), o Intercâmbio de Saberes, o Jovens Empreendedores, as Práticas Agroecológicas, o Pequenos Curupiras e o Repórteres da Floresta. Todos os projetos são desenvolvidos nos Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS) e têm tem patrocínio a Samsung e o apoio do Instituto Alair Martins (IAMAR), Fundo Amazônia, Bradesco, Coca-Cola, Lojas Americanas, Hotéis Marriott, Instituto Liberta e Governo do Amazonas via Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

“O nosso festival superou todas as expectativas. Acreditamos no poder transformador da educação e entendemos que esses jovens têm a capacidade de traduzir toda a diversidade, riqueza, dinâmica e abundância que é a floresta, que é a Amazônia”, ressaltou Anderson Mattos, gerente do Programa de Educação Saúde e Cidadania da FAS. “Os jovens precisam ser estimulados para que deixem fluir seus talentos, dons, tudo aquilo que têm de mais bonito, criativo, colorido e a gente vem construir isso aqui com eles”, disse.

O estudante Paulo César, de 16 anos, da comunidade ribeirinha Santa Helena do Inglês, na RDS Rio Negro, participa do Festival Juventudes pelo terceiro ano e lembrou que o festival é uma oportunidade para ele e outros jovens desenvolverem habilidades na arte e nos esportes. “ É um projeto que traz muita coisa boa, como a sustentabilidade, as ações da FAS e que os parceiros participam. Nós somos uma família com o professor Emerson (Pontes) e a FAS, somos todos uma família. E ano que vem tem mais, vamos nos esforçar mais”, completou.

Entre os destaques da programação do Festival Juventudes Ribeirinhas estava a roda de conversa sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5, o de Igualdade de Gênero, com foco nas mulheres ribeirinhas, um bate-papo sobre artesanato e a distribuição de exemplares do jornal Repórteres da Floresta, escrito e produzido pelos próprios jovens ribeirinhos e indígenas. “É a quarta vez que participo e está sendo muito bom. Apesar do nervosismo, é muito bom participar”, disse Andrey Santos, 19, da comunidade indígena Três Unidos.

Ações de educação

O Festival Juventudes Ribeirinhas é resultado das ações do Programa de Educação, Saúde e Cidadania da FAS. Não só o festival, mas outras ações de educação desenvolvidas pela fundação em 16 Unidades de Conservação do Estado renderam à instituição o Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, o ESD Prize, concedido pela primeira vez a uma instituição da América do Sul.

“Esse festival é uma ação é muito emblemática para todos nós e tem um grande simbolismo porque dá oportunidade aos jovens de mostrar seus talentos e ao mesmo tempo de descobrirem outras coisas que eles não conheciam. Essa foi uma das atividades que levou a Unesco, que é o órgão da ONU mais importante sobre educação do mundo a dar à FAS o prêmio ESD Prize. Nós somos a primeira instituição da América do Sul a receber esse prêmio”, reforçou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta, por meio de programas e projetos.

Ao todo, cerca de 40 mil pessoas são beneficiadas pelas ações da FAS em 16 Unidades de Conservação, em cooperação com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

FAS recebe Prêmio Unesco-Japão em Educação em cerimônia no Teatro Amazonas

O Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável foi entregue à FAS na presença de parceiros, colaboradores e lideranças ribeirinhas e indígenas

Foi um momento histórico! O Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, o ESD Prize, foi entregue na manhã desta quinta-feira (21) à Fundação Amazonas Sustentável (FAS) durante cerimônia no Teatro Amazonas, em Manaus, com a presença de parceiros, colaboradores e 60 ribeirinhos e indígenas que participam do XXIII Encontro de Lideranças. A FAS é a primeira organização brasileira e sul-americana da história a receber a premiação.

O prêmio foi entregue pelo cônsul do Japão em exercício, Iwato Takahiro, ao superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, na presença do secretário de Estado de Educação do Amazonas (Seduc), Vicente Nogueira, representante do Governo do Amazonas, além de Tuntiak Katan, presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA) e de Emerson Moreira, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Canumã, representando as populações ribeirinhas.

O ESD Prize, concedido à FAS pelas ações de educação promovidas em comunidades tradicionais da Amazônia, já havia sido entregue no último dia 15 de novembro na sede da Unesco, em Paris. O prêmio é dado pela Unesco e bancado pelo governo do Japão para soluções inovadoras de todo o mundo capazes de transformar a realidade do meio ambiente, da economia e da sociedade pelo desenvolvimento sustentável. Ao todo, 115 projetos de 63 países concorreram ao prêmio, mas apenas três ganharam: a FAS e duas iniciativas, uma de Botsuana, com educação para a vida e o trabalho, e uma da Alemanha, com ações para combater as mudanças climáticas.

A premiação da Unesco para a FAS só foi possível por iniciativas que vêm sendo desenvolvidas há 11 anos pela instituição e parceiros em 581 comunidades tradicionais do Amazonas, situadas em 16 Unidades de Conservação, uma área equivalente a 10,9 milhões de hectares de terra. São iniciativas de educação ambiental, educação para gestão de recursos naturais, geração de renda, empoderamento comunitário, educação financeira, gestão de água e lixo, incentivo à leitura e à escrita, iniciação científica, esporte, música, teatro, dança, empreendedorismo, educomunicação e formação de professores.

Essas ações, que beneficiam 39 mil pessoas em todo o Estado, foram promovidas com apoio de parceiros como Bradesco, Samsung, Fundo Amazônia/BNDES, Coca-Cola, Lojas Americanas, Petrobras, o Governo do Estado, pelas secretarias de Meio Ambiente (Sema), Educação (Seduc), Cultura (SEC), Produção Rural (Sepror), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o Centro de Educação Tecnológica (Cetam) e prefeituras municipais. De 2016 a 2019, mais 340 cursos e formações foram desenvolvidas e só neste ano, de janeiro a setembro, mais de 750 alunos estavam matriculados participando de atividades de educação.

Resultados

Nos últimos 11 anos de atuação, os investimentos em educação oriundos da cooperação internacional e financiamento de empresas parceiras fizeram a FAS alcançar resultados extremamente positivos, como redução do desmatamento e da pobreza, reforçando a tendência de que a conservação ambiental está proporcionalmente ligada à melhoria da qualidade de vida dos povos da floresta.

Em dez anos, entre 2008 e 2018, as taxas de desmatamento diminuíram 76% nas áreas onde a FAS levava os projetos de educação, conforme dados do Inpe/Prodes, e o número de focos de calor nessas Unidades de Conservação (UC), entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, também caiu 33%, também conforme o Prodes. A renda média mensal per capita nas UCs aumentou 202%.

FAS recebe Prêmio Unesco-Japão em Educação para o Desenvolvimento Sustentável

 Cerimônia aconteceu em Paris, na França, na sede da Unesco. Há mais de 11 anos atua na conservação ambiental e valorização dos povos da floresta, a FAS é a primeira organização brasileira e sul-americana da história a receber a premiação

Emoção e orgulho marcaram a cerimônia de entrega do Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, o ESD Prize, concedido à Fundação Amazonas Sustentável (FAS) nesta sexta-feira (15) na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, na França, durante a Conferência Geral do órgão. Atuando há mais de 11 anos atua pela conservação ambiental e valorização dos povos da floresta, a fundação é a primeira organização brasileira e sul-americana da história a receber o prêmio.

Tal premiação é concedida a soluções inovadoras de todo o mundo capazes de transformar a realidade do meio ambiente, da economia e da sociedade através do desenvolvimento sustentável. A FAS alcançou tal reconhecimento com um projeto sobre em educação para o desenvolvimento sustentável comunidades tradicionais, remotas ou não, na Amazônia. Além dela, outras duas iniciativas globais também foram premiadas, uma da Camphill Community Trust, de Botsuana, com educação para a vida e o trabalho, e da Hamburg, na Alemanha, com ações para combater as mudanças climáticas.

“Esse prêmio tem uma força enorme. É algo que nos enche de força para perseverar no caminho que estamos construindo há 11 anos, que é fruto de muita dedicação, em especial de todos os colaboradores da FAS e de todos os parceiros que fazem parte do nosso ecossistema”, ressaltou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, durante cerimônia de entrega do prêmio.

Ao lado dele na estava a superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, Valcleia Solidade. “O prêmio representa primeiro o comprometimento de uma equipe, um trabalho focado e voltado para a realidade das comunidades. A FAS sempre acreditou nas pessoas que vivem na floresta e essas pessoas viram nisso uma oportunidade de melhorar suas condições econômicas, sociais e ambientais e sabem que o caminho é o conhecimento, que somente o conhecimento vai poder fazer com elas tenham clareza do seu papel e possam garantir para futuras gerações um meio ambiente mais sustentável, entendendo que a conservação ambiental é o caminho”, disse.

Também acompanharam a cerimônia de entrega do prêmio a diretora da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, e a coordenadora do Programa de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes. Ao todo, 115 projetos de 63 países concorreram ao prêmio, a FAS e cada um dos vencedores receberão um prêmio de US$ 50 mil financiados pelo Governo do Japão.

Educação

A premiação à FAS só foi possível por iniciativas que vêm sendo desenvolvidas há 11 anos em 581 comunidades tradicionais do Amazonas, situadas em 16 Unidades de Conservação, uma área equivalente a 10,9 milhões de hectares de terra. São iniciativas de educação ambiental, educação para gestão de recursos naturais, para geração de renda, empoderamento comunitário, educação financeira, gestão de água e lixo, incentivo à leitura e à escrita, iniciação científica, esporte, música, teatro, dança, empreendedorismo, educomunicação e formação de professores.

Essas ações, que beneficiam 39 mil pessoas em todo o Estado, dentro dos Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS), uma mini sede da FAS no meio da floresta, foram promovidas com apoio de parceiros como Bradesco, Samsung, Fundo Amazônia/BNDES, Lojas Americanas, Petrobras, Coca-Cola, o Governo do Estado, pelas secretarias de Meio Ambiente (Sema), Educação (Seduc), Cultura (SEC), Produção Rural (Sepror), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o Centro de Educação Tecnológica (Cetam) e prefeituras municipais.

De 2016 a 2019, mais 340 cursos e formações foram desenvolvidas nesses espaços e só neste ano, de janeiro a setembro, mais de 750 alunos estavam matriculados participando de atividades de educação nos NCS. As comunidades beneficiadas abrangem 27 municípios: Anori, Barcelos, Beruri, Borba, Carauari, Coari, Codajás, Eirunepé, Fonte Boa, Ipixuna, Iranduba, Itapiranga, Japurá, Jutaí, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Maraã, Maués, Novo Airão, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo, S. Sebastião do Uatumã, Tapauá, Tefé, Tonantins e Uarini.

Resultados

Nos últimos 11 anos de atuação, os investimentos em educação oriundos da cooperação internacional e financiamento de empresas parceiras fizeram a FAS alcançar resultados extremamente positivos, como redução do desmatamento e da pobreza, reforçando a tendência de que a conservação ambiental está proporcionalmente ligada à melhoria da qualidade de vida dos povos da floresta.

Em dez anos, entre 2008 e 2018, as taxas de desmatamento diminuíram 76% nas áreas onde a FAS levava os projetos de educação, conforme dados do Inpe/Prodes, e o número de focos de calor nessas Unidades de Conservação (UC), entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, também caiu 33%, também conforme o Prodes. A renda média mensal per capita nas UCs aumentou 202%.

“É um sentimento de gratidão profunda a todos e um privilégio enorme estar fazendo parte da história capaz de mudar a vida de pessoas e contribuir para a proteção desse patrimônio tão importante que é a Amazônia, para o futuro nosso e do Planeta”, finalizou Virgílio Viana.

Bradesco

O Bradesco é um dos co-fundadores da FAS. Desde 2008 tem feito aportes em caráter institucional que permeiam todos os programas e projetos com destaque para geração de renda, infraestrutura comunitária, apoio a políticas públicas, capacitação de lideranças além de implementação e gestão estratégica da instituição. Desde 2010, atua também na vertente de inclusão e educação financeira com postos do Bradesco Expresso em três UCs e um programa de capacitação cocriado junto às lideranças comunitárias.

Samsung

A Samsung é parceria da Fundação Amazonas Sustentável desde 2010 quando iniciou apoio na construção e operação do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) Assy Manana, na comunidade Três Unidos, na APA do Rio Negro, onde fica a Escola Samsung. A partir de 2014 se tornou mantenedora do programa de educação com aportes que permeiam suporte na operação de sete NCS e programas complementares, entre eles o Repórteres da Floresta e a capacitação para práticas agroecológicas.

Fundo Amazônia

O Fundo Amazônia é um mecanismo internacional de financiamento climático baseado no conceito de pagamento por resultados obtidos na redução das emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento. Criado em 2008 com objetivo central de promover projetos para a prevenção e o combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável das florestas no bioma amazônico, ele é um dos principais mantenedores das ações da FAS, com recursos aplicados por financiamentos não reembolsáveis geridos pelo BNDES.

Lojas Americanas

A Lojas Americanas S.A. é parceira da FAS desde 2018 com apoio a projetos de educação nos NCS, como acesso à internet e informática, educação ambiental, gestão de resíduos sólidos, capacitação empreendedora e formação de professores, por meio de parceria com secretarias de educação. Adicionalmente, a B2W Digital, o grupo da qual a Lojas Americanas pertence, também apoia a FAS na manutenção da loja virtual Jirau da Amazônia, no marketplace da LASA, com venda artesanatos das comunidades ribeirinhas e indígenas.

Petrobras

A Petrobras é parceira da FAS desde 2018 com projetos voltados em educação profissionalizante, técnicas de produção sustentável, empreendedorismo jovem e formação continuada dos professores do ensino multisseriado em áreas remotas da Amazônia. O projeto atua na melhoria da infraestrutura educacional do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) Márcio Ayres, na comunidade Punã, na RDS Mamirauá.

Festival ‘agita’ comunidade Punã, na RDS Mamirauá, com ações de educação, cultura e esporte

 De 11 a 16 de novembro, a comunidade Punã, em Uarini, foi tomada por palestras, atividades de conscientização e reuniões públicas. O evento é realizado por meio do Projeto Amazonas Sustentável (PAS), com apoio da Petrobras

Muita animação, troca de conhecimento e manifestações culturais tomaram conta da comunidade Punã, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, no município de Uarini, a 565 quilômetros de Manaus, durante o festival Agita Punã, de 11 a 16 de novembro. Realizado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) em parceria com a Petrobras, o evento é parte integrante do Projeto Amazonas Sustentável (PAS).

Por meio de palestras e atividades de conscientização, os jovens refletiram sobre saúde, educação, segurança e esportes, relacionando com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Os moradores expuseram as principais reivindicações da comunidade e buscaram encontrar soluções para problemas como falta de posto de saúde, saneamento básico, abastecimento de água, a necessidade de construção de um ginásio esportivo e mais segurança.

Durante o festival, professores de escolas locais realizaram a 2º Oficina da Biodiversidade, que resultou na definição das metodologias das atividades extracurriculares e inclusão do Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal São Luiz de Gonzaga.

A preservação da fauna amazônica e o combate à extinção de animais como quelônios também foram abordados com jogos ambientais no Espaço Curupira, conduzido pelos próprios adolescentes da comunidade. Biodiversidade, agricultura e monitoramento do desmatamento na região também foram debatidos.

Atividades esportivas como torneio de futebol e a Noite Cultural com apresentações de dança, música e teatro também animaram o público, além da venda de comidas típicas, artesanato e produtos florestais como farinha, tucupi e tapioca.

Com a participação da Secretaria de Assistência Social de Uarini e da Secretaria de Obras e Meio Ambiente, os participantes ainda buscaram encontrar soluções para incentivar o turismo local e a ampliação do acesso dos moradores ao ensino superior.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem nas florestas.

Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação estratégica com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola.

Ações de educação promovidas pela FAS na Amazônia levam a prêmio da Unesco

Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que há mais de 11 anos atua na conservação ambiental e na valorização dos povos da floresta, é a primeira organização brasileira e sul-americana da história a receber o prêmio

“A falta de educação e a falta de oportunidade jogam as pessoas na ilegalidade. Meu pai era madeireiro, meu avô era madeireiro. Aos 11 anos eu parei de estudar e fui para o mato cortar madeira. Aos 12 eu já estava derrubando árvore… Hoje é diferente, o jovem daqui da comunidade tem tudo o que eu não tive. Ele pode escolher o que quer através da educação, tem acesso à informação, tecnologia. O caboclo hoje se sente orgulhoso”.

As palavras do ex-madeireiro e atual empreendedor de turismo Roberto Brito, ribeirinho morador da comunidade do Tumbira, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, em Iranduba, há cerca de uma hora de barco de Manaus, exemplificam bem as mudanças que aconteceram e que vêm acontecendo em certas comunidades ribeirinhas e indígenas do Amazonas.

Da infância de Roberto até aqui são mais de 30 anos. Lá pelos tantos de 2008 a comunidade dele e toda aquela região da margem direita do Rio Negro se tornaram parte de uma Unidade de Conservação, 103.086 hectares de terras protegidas. Naquela época, a organização não-governamental Fundação Amazonas Sustentável (FAS), juntamente com parceiros, começou a levar ações de desenvolvimento sustentável, conservação ambiental e melhoria de qualidade de vida aos povos que ali viviam, com objetivo maior de “fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada”.

“A gente vivia normalmente como qualquer outro caboclo vive no meio do mato, tendo a extração de madeira como sustento das nossas famílias e do nosso povo. Era um trabalho difícil, de sacrifício, não tinha valorização. E a nossa sobrevivência agredia o Planeta”, comenta Roberto. “Quando veio a RDS foi um impacto. Passamos por muitas oficinas e coisas que eram ‘escuras’ para nós se tornaram claras”.

Com a atuação da FAS, iniciativas de educação foram levadas à comunidade e à RDS Rio Negro. Roberto passou por cursos e treinamentos de empreendedorismo e de turismo de base comunitária e viu uma oportunidade de largar o corte de madeira e ter uma vida mais tranquila no turismo. “Naquela época a gente reivindicava a legalização da extração de madeira e mais escolas na comunidade. Quando eu vi que podia parar de cortar madeira, começar a ganhar dinheiro com turismo, e meus filhos passaram a ter educação, vi que era o caminho certo”.

Atualmente dono e gerente de pousada, Roberto é uma das 39 mil pessoas beneficiadas com ações de educação da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), ações de educação para o desenvolvimento sustentável que chegam a 581 comunidades, remotas ou não, espalhadas em 16 Unidades de Conservação, o equivalente a 10,9 milhões de hectares de terra, que abrange 27 municípios: Anori, Barcelos, Beruri, Borba, Carauari, Coari, Codajás, Eirunepé, Fonte Boa, Ipixuna, Iranduba, Itapiranga, Japurá, Jutaí, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Maraã, Maués, Novo Airão, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo, S. Sebastião do Uatumã, Tapauá, Tefé, Tonantins e Uarini.

As escolas

Professora há 25 anos, Izolena Garrido, 45, também do Tumbira, viu de perto as mudanças acontecendo. “Trabalho aqui desde o início, bem antes de virar reserva, era uma realidade bem diferente. Aqui só tinha até o quinto ano, muitos paravam de estudar e outros tentavam, com bastante dificuldade, continuar os estudos na cidade grande (Manaus), uma realidade que não era para todos. Tinha livro didático, um acompanhamento generoso da secretaria, mas tinha dificuldade”.

A partir dos projetos e programas da FAS, com recursos de parceiros como Bradesco, Samsung, Fundo Amazônia/BNDES, Coca-Cola, Lojas Americanas e Petrobras, atividades de educação passaram a ser desenvolvidas no Tumbira, assim como nas 581 comunidades com atuação da fundação. Iniciativas tanto de educação formal, como Ensino Básico, Fundamental, Médio, como da chamada “educação relevante”.

Educação ambiental, educação para gestão de recursos naturais, geração de renda, empoderamento comunitário, educação financeira, gestão de água e lixo, incentivo à leitura e à escrita, iniciação científica, esporte, música, teatro, dança, empreendedorismo, educomunicação, formação de professores… tudo desenvolvido com apoio de parceiros, de prefeituras municipais e do Governo do Estado, pelas secretarias de Meio Ambiente (Sema), Educação (Seduc), Cultura (SEC), Produção Rural (Sepror), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Centro de Educação Tecnológica (Cetam).

“Hoje a educação melhorou bastante. Nossos jovens têm até a oportunidade de se formar no Ensino Médio e alguns estão graduados. Temos na nossa escola um laboratório digital com acesso à internet, que antes não tinha, o que abre o espaço para pesquisa dos jovens e da própria comunidade. Pessoas que nunca tinham tido acesso estão tendo oportunidade de aprender e navegar em busca de conhecimento e informação”, completou a professora Izolena.

Os laboratórios foram construídos dentro dos chamados Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS), uma minisede da FAS no meio da floresta, na comunidade, que funciona como ponto central das atividades de educação para o desenvolvimento sustentável, com salas de aula, sala de professores, biblioteca, horta, auditório e alojamento. No Tumbira e em outras oito comunidades existem os Núcleos.

De 2016 a 2019, mais 340 cursos e formações foram desenvolvidas nesses espaços e só neste ano, de janeiro a setembro, mais de 750 alunos estavam matriculados participando de atividades de educação nos NCS. “Hoje ainda não temos graduação presencial aqui na comunidade, mas com os laboratórios funcionando e internet de qualidade os jovens poderão fazer por meio de Ensino à Distância”, explica a professora Izolena.

A juventude

Uma das estudantes que participaram das atividades de educação da FAS lá no início foi Odenilze Ramos, hoje com 22 anos e natural da comunidade do Carão, também na RDS Rio Negro. Quando ela tinha 16 começou a se envolver com os programas e projetos de educação. “Foi uma porta de entrada, participei de ações que me ajudaram muito. Tive a oportunidade de gerar impacto na minha comunidade. Naquela época já podíamos ver a diferença acontecendo, as pessoas parando de jogar lixo no chão com atuação, por exemplo, do projeto dos resíduos sólidos”.

Hoje universitária em Gestão Pública, ela se tornou ativista socioambiental e integrante de organizações de liderança juvenil, onde atua em defesa das populações tradicionais e da Amazônia. “A FAS me ajudou a se tornar liderança, a perceber a dimensão do meu papel e meus direitos, meu lugar de fala, entender quem eu sou, onde estou e o que posso fazer para mudar o meu lugar enquanto casa, família, mundo”.

Há cerca dois meses, Odenilze Ramos foi convidada para ir até a sede das Nações Unidas (ONU), em Nova York, apresentar um documentário coproduzido por ela com histórias de vida das comunidades tradicionais na Amazônia. “Com os projetos de educação da FAS comecei a conhecer um pouco mais das comunidades, da reserva, das pessoas, me ajudou a entender mais da minha identidade, quem a gente é e se reconhecer como população tradicional, lutar pelos nossos direitos”, concluiu.

Educação premiada

Nos últimos 11 anos de atuação, os investimentos em educação “relevante” oriundos de cooperação internacional e do financiamento de empresas parceiras alcançaram resultados extremamente positivos reforçando a tendência de que a conservação ambiental está proporcionalmente ligada à melhoria da qualidade de vida dos povos da floresta.

Em dez anos, entre 2008 e 2018, as taxas de desmatamento diminuíram 76% nas áreas onde a FAS levava os projetos de educação, conforme dados do Inpe/Prodes, e o número de focos de calor nessas Unidades de Conservação (UC), entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, também caiu 33%, também conforme o Prodes. A renda média mensal per capita nas UCs aumentou 202%.

Todos esses resultados em educação e conservação ambiental renderam à fundação um reconhecimento único: o Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, o ESD Prize, em inglês, bancado pelo governo do Japão e concedido a soluções inovadoras de todo o mundo capazes de transformar a realidade do meio ambiente, da economia e da sociedade pelo desenvolvimento sustentável. A FAS é a primeira organização brasileira e sul-americana em toda a história a receber tal prêmio.

Outros dois projetos no mundo também foram premiados, um em Botsuana, sobre educação para a vida e o trabalho, e outro na Alemanha, com ações para combater as mudanças climáticas. Ao todo, 115 projetos de 63 países concorreram e cada um dos três premiados receberá um prêmio de US$ 50 mil financiados pelo Governo do Japão. A entrega do prêmio acontece hoje, sexta (15), na sede da Unesco em Paris, na França.

“Temos apoiado desde o início ações inovadoras de educação capazes de fazer com que as pessoas consigam fazer uma ponte entre o saber tradicional e o conhecimento científico contemporâneo. Nossa estratégia é fazer das pessoas empreendedoras da floresta, líderes de processos inovadores capazes de valorizar a biodiversidade, gerando emprego e renda, cuidando das pessoas para que elas cuidem da floresta”, ressaltou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.

Bradesco

O Bradesco é um dos co-fundadores da FAS. Desde 2008 tem feito aportes em caráter institucional que permeiam todos os programas e projetos com destaque para geração de renda, infraestrutura comunitária, apoio a políticas públicas, capacitação de lideranças além de implementação e gestão estratégica da instituição. Desde 2010, atua também na vertente de inclusão e educação financeira com postos do Bradesco Expresso em três UCs e um programa de capacitação cocriado junto às lideranças comunitárias.

Samsung

A Samsung é parceria da Fundação Amazonas Sustentável desde 2010 quando iniciou apoio na construção e operação do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) Assy Manana, na comunidade Três Unidos, na APA do Rio Negro, onde fica a Escola Samsung. A partir de 2014 se tornou mantenedora do programa de educação com aportes que permeiam suporte na operação de sete NCS e programas complementares, entre eles o Repórteres da Floresta e a capacitação para práticas agroecológicas.

Fundo Amazônia

O Fundo Amazônia é um mecanismo internacional de financiamento climático baseado no conceito de pagamento por resultados obtidos na redução das emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento. Criado em 2008 com objetivo central de promover projetos para a prevenção e o combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável das florestas no bioma amazônico, ele é um dos principais mantenedores das ações da FAS, com recursos aplicados por financiamentos não reembolsáveis geridos pelo BNDES.

Lojas Americanas

A Lojas Americanas S.A. é parceira da FAS desde 2018 com apoio a projetos de educação nos NCS, como acesso à internet e informática, educação ambiental, gestão de resíduos sólidos, capacitação empreendedora e formação de professores, por meio de parceria com secretarias de educação. Adicionalmente, a B2W Digital, o grupo da qual a Lojas Americanas pertence, também apoia a FAS na manutenção da loja virtual Jirau da Amazônia, no marketplace da LASA, com venda artesanatos das comunidades ribeirinhas e indígenas.

Petrobras

A Petrobras é parceira da FAS desde 2018 com projetos voltados em educação profissionalizante, técnicas de produção sustentável, empreendedorismo jovem e formação continuada dos professores do ensino multisseriado em áreas remotas da Amazônia. O projeto atua na melhoria da infraestrutura educacional do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) Márcio Ayres, na comunidade Punã, na RDS Mamirauá.

Jovens diminuem impacto ambiental de 286 quilos de plástico que seriam jogados em rios do Amazonas

Projeto Escola D’Água, uma parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com a empresa austríaca Swarovski, trabalha com mobilizações, ações educativas e mutirões de limpeza em toda a região.

O grupo Guardiões das Águas do Purus se mobilizou e nos últimos cinco meses coletaram 286 quilos de plásticos de comunidades ribeirinhas situadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçú Purus, entre os municípios de Beruri e Tapauá, no baixo Purus. Todo o resíduo coletado foi usado para produzir “plastijolos”, uma tecnologia que permite compactar plásticos como garrafa pet até gerar um bloco que pode ser usado na construção civil em substituição ao tijolo comum e que tem mais durabilidade.

Iniciado em 2018 por meio do projeto Escola D’Água, uma parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com a empresa austríaca Swarovski, os Guardiães das Águas do Purus são um grupo formado por jovens ribeirinhos da RDS Piagaçú Purus que trabalham com mobilizações, ações educativas e mutirões de limpeza em toda a região. A ação dos jovens integra o movimento internacional “Ecobricks”.

Integrante da rede mundial Swarovski Water School, o grupo se divide em nove comunidades com o foco principal em diminuir a quantidade de resíduos sólidos, principalmente de plástico, descartados incorretamente nas comunidades e também evitando a incineração desse lixo. Como as comunidades não têm acesso a coleta ou programa de destinação do lixo, a queima desses objetos é a principal alternativa dos comunitários para lidar com os resíduos, o que acaba liberando gases tóxicos nocivos à saúde.

Resíduos e saneamento

Segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartados anualmente de forma irregular no Brasil em lixões a céu aberto, tornando o país o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo. Além disso, 40% de todo o plástico produzido mundialmente é incinerado, uma das principais causadoras da poluição do ar.

Outro destino comum dado aos resíduos descartados são os próprios rios e lagos da região que banham as comunidades, dos quais elas mesmos dependem diretamente para uso doméstico. As localidades também não possuem saneamento básico e todo o esgoto das residências é despejado diretamente nos cursos d’água, poluindo até lençóis freáticos. O problema compromete a qualidade da água consumida pelos moradores e causa doenças como surtos de diarreia e micoses.

Lixo jogado dos barcos

Além disso, outra situação comum que indigna os jovens participantes do grupo Guardiões das Águas do Purus são as práticas de alguns barcos de linha que passam na região, onde os tripulantes jogam para fora das embarcações sacos de lixo em frente às comunidades. Sem acesso à comunicação, os ribeirinhos enfrentam outra dificuldade: como denunciar o problema. Para isso, o grupo organizou um abaixo-assinado das comunidades para entregar às autoridades responsáveis e exigir uma solução como a mudança dos hábitos dos barqueiros.

“Mesmo a gente vendo eles jogando e falando diretamente com os responsáveis, não conseguimos fazer eles pararem por não termos nenhum documento. Agora com o abaixo assinado conseguiremos mostrar para eles que é proibido jogar lixo nos nossos rios”, conta Rayane Miranda, 17 anos,guardiã da comunidade Santa Luzia do Jari. A entrega do abaixo-assinado para a Secretaria Municipal de Limpeza e do Meio Ambiente de Beruri é um marco legal para as comunidades.

Conscientização e manifesto

Para dar a destinação correta ao lixo das comunidades os jovens guardiões enfrentam outro entrave: a descrença de parte dos moradores que ainda acreditam que poluir não é um problema, fruto da baixa conscientização sobre a gravidade e as consequências do lixo.

A partir daí, os jovens se reuniram e criaram um manifesto para pressionar a todos na busca por uma solução: o poder público em geral, a prefeitura, a Secretaria de Meio Ambiente e de Educação, além de toda a população. No manifesto, os jovens relatam a própria realidade e reivindicam direitos básicos, além de fazer um alerta direto sobre poluição e acúmulo de resíduos, um problema global.

“O processo de fazer os plastijolos está sendo muito gratificante porque estamos dando um destino correto ao nosso plástico. A gente está trabalhando junto pela nossa comunidade e está sendo muito bom”, diz Everton Soares, de 17 anos, guardião da comunidade Arumã.

Festival das Águas

Com objetivo de apresentar as próprias preocupações quanto ao lixo nos rios, os jovens Guardiões das Águas do Purus realizaram no último fim de semana, cidade de Beruri, o Festival das Águas, onde mostraram um pouco das inovações desenvolvidas nas comunidades para cuidado com o lixo, como biodigestor, banheiro seco, produtos naturais e plastijolo, além da entrega do abaixo-assinado dos moradores e o manifesto ao Secretário de Meio Ambiente Limpeza Pública Municipal, Pedro Picansso, que se comprometeu a dar assistências às comunidades e notificou as embarcações sobre a prática de jogar lixo nos rios.

O Festival busca conscientizar a população e incentivar novas práticas na cidade, ensinando a zona urbana a tomar maior cuidado com a água, o lixo e o meio ambiente. “Daqui há dez anos não queremos ver lixo nos rios, não queremos seguir os exemplos das cidades, queremos nossas comunidades preservadas e com mais consciência ambiental, com pessoas mais envolvidas. Somos os agentes de transformação da nossa região. Somente juntos podemos transformar o mundo”, diz trecho do manifesto.

Durante o festival aconteceram atividades educativas sobre a água, cinema, experiência em realidade virtual, exposição fotográfica sobre o projeto e amostra das inovações que vem sendo feita nas comunidades, parte da estutura do festival foi feita com plastijolos para mostar a aplicação dos mesmos na prática. 250 pessoas participaram do festival.

Projeto Escolas D’Água

O projeto Escola D’Água Swarovski é uma iniciativa da empresa Swarovski que busca preparar crianças e adolescentes de novas gerações para compreender a prática do uso sustentável da água. Com uma metodologia de educação experimental e alcance internacional, o projeto está presente em escolas próximas a grandes rios em cinco países: Áustria, Brasil, China, Índia e Uganda.

A metodologia do projeto é adaptada de acordo com a realidade e as necessidades de cada país e região. No Brasil, o projeto é executado nas regiões de Santarém, no Pará, e em Beruri e Tapauá, no Amazonas, especificamente na RDS Piagaçu Purus, em parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), onde percorre nove escolas das comunidades ao longo do rio Purus.

Primeira Infância Ribeirinha recebe Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social

Programa da FAS voltado à saúde e educação de crianças do interior do Amazonas de 0 a 6 anos ficou em 2º lugar na premiação, recebendo reconhecimento nacional como importante tecnologia social

Primeira Infância Ribeirinha (PIR), programa da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) voltado à saúde e educação de crianças de 0 a 6 anos de idade que vivem em Unidades de Conservação (UC) do Amazonas, foi o vencedor em 2º lugar do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2019, na categoria Primeira Infância, que ocorreu na noite dessa quarta-feira (16) na sede do FBB, em Brasília. O primeiro lugar ficou com o Visitação Domiciliar na Primeira Infância, de Porto Alegre (RS).

No programa, agentes comunitários são capacitados a dar assistência integral em saúde e educação a crianças de 0 a 6 que vivem em comunidades ribeirinhas e indígenas, geralmente sob escassez de serviços básicos devido à distância geográfica. “Esse prêmio é uma conquista muito importante para a FAS. Dar visibilidade para a nossa gente, para o nosso trabalho de cuidar das pessoas que cuidam da floresta, de cuidar das nossas crianças ribeirinhas, é motivo de orgulho”, resumiu Anderson Mattos, gerente do Programa de Educação, Saúde e Cidadania da FAS e quem foi o representante do PIR no prêmio.

A fase da primeira infância, de 0 a 6, é a mais importante para a formação das estruturas física e psíquica do ser humano, quando aspectos como cognição e sociabilidade são estruturados. A coordenadora do PIR, Franci Lima, falou com orgulho da conquista alcançada. “O grande vencedor é a primeira infância, que está sendo premiada de Norte a Sul do país. O nosso PIR continuará transformando vidas e contribuindo para uma infância digna e com valor”, ressaltou.

Atualmente, o PIR beneficia mais de 10,7 mil crianças moradoras de comunidades nos municípios de Maraã, Novo Aripuanã, Itapiranga, Tefé e Uarini, e cerca de 308 agentes comunitários foram capacitados desde então. “Os agentes comunitários são os olhos da saúde nessas comunidades, atuam em campanhas de vacinação, estão dentro da casa das pessoas lidando com a saúde delas. O prêmio prova o quanto a metodologia da FAS impacta positivamente nos locais onde atuamos, levando melhoria na organização do sistema de saúde local e na sistematização das visitas domiciliares”, ressaltou Franci Lima.

Infância Ribeirinha

Para capacitar os agentes comunitários a prestar atendimento em saúde e educação ao público ribeirinho de 0 a 6 anos é usada uma metodologia própria do PIR inspirada em políticas do Ministério da Saúde relacionadas à primeira infância e adaptada ao contexto e à realidade ribeirinha. Além disso, no programa também é usado um aplicativo mobile desenvolvido pela Samsung e pelo Instituto de Tecnologia do Norte (ITN), que reúne, num só lugar, todo o conteúdo necessário ao atendimento, desde um guia de visitação domiciliar até informativos e metodologias.

Desde a gestação do bebê até o nascimento, o apoio às mães, amamentação, cuidados com água e higiene pessoal, dicas para evitar acidentes domésticos, prevenção a doenças, relacionamento familiar, desenvolvimento da cognição, e outros, estão contemplados na PIR. “Investir em crianças é investir no futuro da Amazônia. O PIR é fundamental para levar educação e saúde na fase mais crítica da vida, que é o período de 0 a 6, onde toda a capacidade de raciocínio e inteligência cognitiva é formada. Serão essas crianças que no futuro estarão tomando decisões fundamentais para o futuro da Amazônia”, ressaltou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.

Sobre o prêmio

Realizado a cada dois anos desde 2001, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social tem o objetivo de identificar, certificar, premiar e difundir tecnologias sociais já aplicadas e que proponham soluções de problemas relativos à educação, saúde, meio ambiente, energia, habitação, recursos hídricos e renda em todo o país. Podem participar instituições de direito público ou privado sem fins lucrativos.

Em nove edições, mais de 7 mil iniciativas se inscreveram e mais de R$ 4,1 milhões foram concedidos em prêmios aos vencedores para aprimoramento das tecnologias sociais. As iniciativas inscritas, além de já serem reconhecidas como tecnologias sociais pela FBB, passam a fazer parte de um banco de dados composta por 1110 instituições. Neste ano 24 tecnologias sociais concorreram ao prêmio em oito categorias: inovação digital, educação, geração de renda, meio ambiente, gestão comunitária, mulheres na agroecologia, primeira infância e categoria internacional.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

FAS vence prêmio da Unesco por ações de desenvolvimento sustentável na Amazônia

Única organização brasileira e única da América do Sul em toda a história a levar o prêmio, a FAS atua há mais de 11 anos na conservação ambiental e valorização das pessoas que vivem nas florestas

As ações de educação promovidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) para desenvolver comunidades tradicionais da Amazônia renderam à organização um reconhecimento único. Com mais de 11 anos de atuação pela conservação ambiental e valorização das pessoas que vivem nas florestas, a FAS foi anunciada vencedora do Prêmio Unesco sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) 2019, concedido a soluções inovadoras de todo o mundo capazes de transformar a realidade do meio ambiente, da economia e da sociedade através do desenvolvimento sustentável.

Outros dois projetos globais também foram premiados, um em Botsuana, sobre educação para a vida e o trabalho, e outro na Alemanha, com ações para combater as mudanças climáticas. Em toda a história, a FAS é a única organização brasileira e de toda a América do Sul a ser premiada. Os vencedores foram escolhidos por um júri internacional independente formado por membros com grande reputação no campo da EDS, entre eles Oscar Motomura (Brasil), Stephen Sterling (Reino Unido), May Makhzoumi (Líbano), Yoshiyuki Nagata (Japão) e Akpezi Ogbuigwe (Nigéria).

O anúncio dos vencedores foi feito pela diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. Cada um dos premiados receberá um valor de US$ 50 mil financiados pelo Governo do Japão. A entrega vai acontecer no próximo 15 de novembro na sede da Unesco em Paris, na França, durante a Conferência Geral da Unesco.

Desenvolvimento sustentável

Entre as ações da FAS de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) na Amazônia que levaram à conquista do prêmio estão soluções inovadoras aplicadas em 581 comunidades ribeirinhas e indígenas, que ficam situadas em 16 Unidades de Conservação (UC), numa área equivalente a 10,9 milhões de hectares, onde mais de 39 mil pessoas e 9.598 famílias são beneficiadas. Dentre essas ações estão projetos e programas voltados para geração de renda, gestão de recursos naturais, empoderamento comunitário, capacitação de lideranças, conhecimento tradicional, apoio a educação formal, primeira infância, monitoramento da floresta, infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento.

Tais iniciativas são ensinadas e repassadas às populações tradicionais dentro de espaços físicos construídos pela própria FAS nas comunidades ribeirinhas e indígenas, os chamados Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS). Ao todo, são nove NCS em todo o Amazonas que servem como plataforma de implementação do EDS e de espaços para promoção de educação e de políticas públicas para alavancar soluções adaptadas ao desenvolvimento sustentável.

Só neste ano, de janeiro a setembro de 2019, mais de 750 alunos estavam matriculados participando de atividades de educação nos NCS, de Ensino Fundamental até Médio, Educação para Jovens e Adultos (EJA) e Superior, além de cursos livres. De 2016 a 2019, foram mais 340 cursos e formações desenvolvidas.

Redução do desmatamento

A estratégia de levar ações de educação para desenvolver comunidades na Amazônia fez da FAS a instituição brasileira com os maiores resultados de conservação ambiental na região amazônica. Nos últimos anos, os programas e projetos da fundação alcançaram índices extremamente positivos na redução do desmatamento, dos focos de calor e da pobreza na Amazônia.

Em dez anos, entre 2008 e 2018, as taxas de desmatamento diminuíram 76% nas áreas de atuação da FAS, conforme dados do Inpe/Prodes, e o número de focos de calor nessas áreas protegidas também caiu 33% entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, conforme o Prodes. Já a renda média mensal por pessoa nas UCs aumentou 202%, segundo levantamento da Action e do Banco Mundial.

Investimentos

Esses resultados reforçam a tendência de que a conservação ambiental está diretamente ligada à promoção da melhoria da qualidade de vida das populações que vivem nas florestas.

Com esse foco, a Fundação Amazonas Sustentável vem investindo nos últimos dez anos mais de US$ 85 milhões em educação relevante para geração de renda, empoderamento comunitário, gestão de cadeias produtivas e educação formal, oriundos de cooperação internacional como o Fundo Amazônia/BNDES e a agência alemã GIZ, além do financiamento de empresas privadas como o Bradesco, a Samsung e a Coca-Cola.

Além disso, a FAS tem aumentado a própria participação na discussão de políticas públicas em nível global, com negociações climáticas, em nível nacional, com políticas florestais, e subnacional com serviços ambientais, e também colaborando com a produção científica solicitando de mais de 130 pesquisadores a avaliação e a análise dos próprios projetos, programas e resultados internos.

O superintendente-geral da fundação, Virgílio Viana, reforça a estratégia de conservar o meio ambiente por meio do investimento em educação para o desenvolvimento sustentável. “Temos apoiado desde o início ações inovadoras de educação capazes de fazer com que as pessoas façam uma ponte entre o saber tradicional das suas culturas com o saber e o conhecimento científico contemporâneo. Nossa ideia é fazer das pessoas empreendedoras da floresta, líderes de processos inovadores capazes de dar valor à biodiversidade da Amazônia, gerando emprego e renda e fazendo com que a floresta tenha mais valor em pé do que derrubada”, concluiu.

Sobre o prêmio

Financiado pelo Governo do Japão, o Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável está na quinta edição. Nos anos anteriores venceram iniciativas da Guatemala, El Salvador, Alemanha, Indonésia, Camarões, Japão, Reino Unido, Jordânia, Zimbábue, Namíbia e Estônia.

O prêmio foi estabelecido pelo Conselho Executivo da Unesco no âmbito do Programa de Ação Global sobre ESD, para divulgar e recompensar iniciativas de ESD transformadoras. Os vencedores são escolhidos por um júri internacional independente com base em critérios como soluções inovadoras capazes de mudar a realidade das pessoas por meio do desenvolvimento sustentável do meio ambiente, da economia e da sociedade.