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Indígenas do Amazonas apoiados pela FAS são bicampeões brasileiros de Tiro com Arco

Quatro arqueiros apoiados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), no Projeto Arquearia Indígena, disputaram a competição na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro, que reuniu os principais atletas do País.

A equipe de arqueiros representando o Amazonas no 45º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, encerrado neste domingo (17), na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro, se tornou bicampeã de ouro e ainda levou uma medalha de prata para casa. Apoiados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), no Projeto Arquearia Indígena, os arqueiros, todos indígenas, conseguiram manter um bom nível de participação nas categorias individual e por equipe na competição.

A medalha de ouro veio da equipe masculina, formada pelos indígenas Nelson de Moraes, 19, Gustavo Santos, 23, e Drean da Silva, 22. Eles conseguiram desbancar os competidores concorrentes na categoria Recurvo Masculino por Equipe e alcançaram o ponto mais alto do pódio. No 44º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, no ano passado, eles também pegaram a medalha de ouro, se tornando então bicampeões.

Já a prata veio na categoria Recurvo Dupla Mista, onde o mais bem colocado arqueiro do Masculino e a arqueira Feminina melhor no ranking competiram juntos como equipe. Os irmãos Gustavo Santos, 23, e Graziela Santos, 24, trilharam um ótimo desempenho e levaram para o Amazonas uma prata, mantendo o mesmo resultado da competição de 2018, onde também conseguiram medalha de prata na Dupla Mista.

“Tivemos um aproveitamento de 90% no campeonato. Ano passado fizemos ouro e prata também. Significa que a gente está se mantendo num nível elevado com o passar dos anos. Sempre um dos primeiros do ranking e também nos quadros de medalhas do campeonato brasileiro. Cada vez mais nossa equipe está se tornando forte no cenário do Tiro com Arco brasileiro e o incentivo que a gente recebe é muito importante, sem ele a gente não chegaria onde chegamos”, disse o arqueiro Gustavo Santos.

A irmã dele, Graziela Santos, partilha do mesmo pensamento. “Nesses últimos anos sempre estamos ficando com equipe na final, tanto equipe masculina como dupla mista, e individual também. Sempre tem alguém de nós chegando na final. Os resultados foram satisfatórios, estou feliz e a gente está bem. Precisamos melhorar mais e trabalhar bastante no combate porque é no combate que a gente garante medalha”, disse.

Nelson falou do sentimento bom com o resultado por equipe, mas ressaltou erros cometidos no desempenho individual, onde por pouco levava o bronze. “A sensação é de felicidade pela equipe, mas é um pouco triste porque eu disse que ia pegar bronze no individual e perdi. Cometi dois erros que não podia fazer e acabei perdendo a medalha de bronze no individual. Agora é continuar trabalhando para não ter mais erros no combate”, afirmou o arqueiro.

Drean reafirmou que a equipe de arqueiros do Amazonas sempre é favorita, mas que precisa melhorar a competição individual. “A gente foi bem por equipe, conseguimos ganhar como no ano passado. Somos sempre os favoritos”, falou. “Mas no individual não foi como eu esperava. Não só perdi para um atleta iniciante, mas perdi para o atual campeão brasileiro, o favorito do Brasil. Estou trabalhando e tenho um ano pela frente para continuar treinando e melhorando”.

O campeonato

O 45º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco começou na última terça (12) na sede da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco), em Maricá, Rio de Janeiro, e seguiu até domingo (17). A competição bateu recorde de participantes: 175 atletas de todas as regiões do país, divididos nas categorias Arco Sem Mira Feminino, Arco Sem Mira Masculino, Arco Composto Feminino, Arco Composto Masculino, Arco Recuo Feminino e Arco Recuo Masculino.

“O pensamento como atleta individual é que tem muita coisa a melhorar. Cada ano, cada ciclo de treinamento, vai melhorando aos poucos. Estamos num nível elevado que é mais difícil melhorar, mas estamos trabalhando firme pensando nas competições futuras e na olimpíada do ano que vem”, disse Nelson. Nelson e Graziela Santos estão na equipe da Seleção Brasileira de Tiro com Arco. “Temos a chance de representar o Brasil numa olimpíada”

Arquearia Indígena

A valorização da cultura e da identidade dos povos indígenas do Amazonas é a maior meta do Projeto Arquearia Indígena, desenvolvido desde 2013 pela FAS junto com a Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco) e o Governo do Amazonas para incentivar o esporte.

O projeto tem parceria com o Bradesco e apoio da Confederação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Coipam), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), e patrocínio das Lojas Bemol, Fogás, Val Group, além de apoio da Latam, Bradesco, Centro Educacional La Salle e Faculdade La Salle, por Meio da Lei de Incentivo ao Esporte.

Ações de educação promovidas pela FAS na Amazônia levam a prêmio da Unesco

Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que há mais de 11 anos atua na conservação ambiental e na valorização dos povos da floresta, é a primeira organização brasileira e sul-americana da história a receber o prêmio

“A falta de educação e a falta de oportunidade jogam as pessoas na ilegalidade. Meu pai era madeireiro, meu avô era madeireiro. Aos 11 anos eu parei de estudar e fui para o mato cortar madeira. Aos 12 eu já estava derrubando árvore… Hoje é diferente, o jovem daqui da comunidade tem tudo o que eu não tive. Ele pode escolher o que quer através da educação, tem acesso à informação, tecnologia. O caboclo hoje se sente orgulhoso”.

As palavras do ex-madeireiro e atual empreendedor de turismo Roberto Brito, ribeirinho morador da comunidade do Tumbira, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, em Iranduba, há cerca de uma hora de barco de Manaus, exemplificam bem as mudanças que aconteceram e que vêm acontecendo em certas comunidades ribeirinhas e indígenas do Amazonas.

Da infância de Roberto até aqui são mais de 30 anos. Lá pelos tantos de 2008 a comunidade dele e toda aquela região da margem direita do Rio Negro se tornaram parte de uma Unidade de Conservação, 103.086 hectares de terras protegidas. Naquela época, a organização não-governamental Fundação Amazonas Sustentável (FAS), juntamente com parceiros, começou a levar ações de desenvolvimento sustentável, conservação ambiental e melhoria de qualidade de vida aos povos que ali viviam, com objetivo maior de “fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada”.

“A gente vivia normalmente como qualquer outro caboclo vive no meio do mato, tendo a extração de madeira como sustento das nossas famílias e do nosso povo. Era um trabalho difícil, de sacrifício, não tinha valorização. E a nossa sobrevivência agredia o Planeta”, comenta Roberto. “Quando veio a RDS foi um impacto. Passamos por muitas oficinas e coisas que eram ‘escuras’ para nós se tornaram claras”.

Com a atuação da FAS, iniciativas de educação foram levadas à comunidade e à RDS Rio Negro. Roberto passou por cursos e treinamentos de empreendedorismo e de turismo de base comunitária e viu uma oportunidade de largar o corte de madeira e ter uma vida mais tranquila no turismo. “Naquela época a gente reivindicava a legalização da extração de madeira e mais escolas na comunidade. Quando eu vi que podia parar de cortar madeira, começar a ganhar dinheiro com turismo, e meus filhos passaram a ter educação, vi que era o caminho certo”.

Atualmente dono e gerente de pousada, Roberto é uma das 39 mil pessoas beneficiadas com ações de educação da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), ações de educação para o desenvolvimento sustentável que chegam a 581 comunidades, remotas ou não, espalhadas em 16 Unidades de Conservação, o equivalente a 10,9 milhões de hectares de terra, que abrange 27 municípios: Anori, Barcelos, Beruri, Borba, Carauari, Coari, Codajás, Eirunepé, Fonte Boa, Ipixuna, Iranduba, Itapiranga, Japurá, Jutaí, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Maraã, Maués, Novo Airão, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo, S. Sebastião do Uatumã, Tapauá, Tefé, Tonantins e Uarini.

As escolas

Professora há 25 anos, Izolena Garrido, 45, também do Tumbira, viu de perto as mudanças acontecendo. “Trabalho aqui desde o início, bem antes de virar reserva, era uma realidade bem diferente. Aqui só tinha até o quinto ano, muitos paravam de estudar e outros tentavam, com bastante dificuldade, continuar os estudos na cidade grande (Manaus), uma realidade que não era para todos. Tinha livro didático, um acompanhamento generoso da secretaria, mas tinha dificuldade”.

A partir dos projetos e programas da FAS, com recursos de parceiros como Bradesco, Samsung, Fundo Amazônia/BNDES, Coca-Cola, Lojas Americanas e Petrobras, atividades de educação passaram a ser desenvolvidas no Tumbira, assim como nas 581 comunidades com atuação da fundação. Iniciativas tanto de educação formal, como Ensino Básico, Fundamental, Médio, como da chamada “educação relevante”.

Educação ambiental, educação para gestão de recursos naturais, geração de renda, empoderamento comunitário, educação financeira, gestão de água e lixo, incentivo à leitura e à escrita, iniciação científica, esporte, música, teatro, dança, empreendedorismo, educomunicação, formação de professores… tudo desenvolvido com apoio de parceiros, de prefeituras municipais e do Governo do Estado, pelas secretarias de Meio Ambiente (Sema), Educação (Seduc), Cultura (SEC), Produção Rural (Sepror), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Centro de Educação Tecnológica (Cetam).

“Hoje a educação melhorou bastante. Nossos jovens têm até a oportunidade de se formar no Ensino Médio e alguns estão graduados. Temos na nossa escola um laboratório digital com acesso à internet, que antes não tinha, o que abre o espaço para pesquisa dos jovens e da própria comunidade. Pessoas que nunca tinham tido acesso estão tendo oportunidade de aprender e navegar em busca de conhecimento e informação”, completou a professora Izolena.

Os laboratórios foram construídos dentro dos chamados Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS), uma minisede da FAS no meio da floresta, na comunidade, que funciona como ponto central das atividades de educação para o desenvolvimento sustentável, com salas de aula, sala de professores, biblioteca, horta, auditório e alojamento. No Tumbira e em outras oito comunidades existem os Núcleos.

De 2016 a 2019, mais 340 cursos e formações foram desenvolvidas nesses espaços e só neste ano, de janeiro a setembro, mais de 750 alunos estavam matriculados participando de atividades de educação nos NCS. “Hoje ainda não temos graduação presencial aqui na comunidade, mas com os laboratórios funcionando e internet de qualidade os jovens poderão fazer por meio de Ensino à Distância”, explica a professora Izolena.

A juventude

Uma das estudantes que participaram das atividades de educação da FAS lá no início foi Odenilze Ramos, hoje com 22 anos e natural da comunidade do Carão, também na RDS Rio Negro. Quando ela tinha 16 começou a se envolver com os programas e projetos de educação. “Foi uma porta de entrada, participei de ações que me ajudaram muito. Tive a oportunidade de gerar impacto na minha comunidade. Naquela época já podíamos ver a diferença acontecendo, as pessoas parando de jogar lixo no chão com atuação, por exemplo, do projeto dos resíduos sólidos”.

Hoje universitária em Gestão Pública, ela se tornou ativista socioambiental e integrante de organizações de liderança juvenil, onde atua em defesa das populações tradicionais e da Amazônia. “A FAS me ajudou a se tornar liderança, a perceber a dimensão do meu papel e meus direitos, meu lugar de fala, entender quem eu sou, onde estou e o que posso fazer para mudar o meu lugar enquanto casa, família, mundo”.

Há cerca dois meses, Odenilze Ramos foi convidada para ir até a sede das Nações Unidas (ONU), em Nova York, apresentar um documentário coproduzido por ela com histórias de vida das comunidades tradicionais na Amazônia. “Com os projetos de educação da FAS comecei a conhecer um pouco mais das comunidades, da reserva, das pessoas, me ajudou a entender mais da minha identidade, quem a gente é e se reconhecer como população tradicional, lutar pelos nossos direitos”, concluiu.

Educação premiada

Nos últimos 11 anos de atuação, os investimentos em educação “relevante” oriundos de cooperação internacional e do financiamento de empresas parceiras alcançaram resultados extremamente positivos reforçando a tendência de que a conservação ambiental está proporcionalmente ligada à melhoria da qualidade de vida dos povos da floresta.

Em dez anos, entre 2008 e 2018, as taxas de desmatamento diminuíram 76% nas áreas onde a FAS levava os projetos de educação, conforme dados do Inpe/Prodes, e o número de focos de calor nessas Unidades de Conservação (UC), entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, também caiu 33%, também conforme o Prodes. A renda média mensal per capita nas UCs aumentou 202%.

Todos esses resultados em educação e conservação ambiental renderam à fundação um reconhecimento único: o Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, o ESD Prize, em inglês, bancado pelo governo do Japão e concedido a soluções inovadoras de todo o mundo capazes de transformar a realidade do meio ambiente, da economia e da sociedade pelo desenvolvimento sustentável. A FAS é a primeira organização brasileira e sul-americana em toda a história a receber tal prêmio.

Outros dois projetos no mundo também foram premiados, um em Botsuana, sobre educação para a vida e o trabalho, e outro na Alemanha, com ações para combater as mudanças climáticas. Ao todo, 115 projetos de 63 países concorreram e cada um dos três premiados receberá um prêmio de US$ 50 mil financiados pelo Governo do Japão. A entrega do prêmio acontece hoje, sexta (15), na sede da Unesco em Paris, na França.

“Temos apoiado desde o início ações inovadoras de educação capazes de fazer com que as pessoas consigam fazer uma ponte entre o saber tradicional e o conhecimento científico contemporâneo. Nossa estratégia é fazer das pessoas empreendedoras da floresta, líderes de processos inovadores capazes de valorizar a biodiversidade, gerando emprego e renda, cuidando das pessoas para que elas cuidem da floresta”, ressaltou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.

Bradesco

O Bradesco é um dos co-fundadores da FAS. Desde 2008 tem feito aportes em caráter institucional que permeiam todos os programas e projetos com destaque para geração de renda, infraestrutura comunitária, apoio a políticas públicas, capacitação de lideranças além de implementação e gestão estratégica da instituição. Desde 2010, atua também na vertente de inclusão e educação financeira com postos do Bradesco Expresso em três UCs e um programa de capacitação cocriado junto às lideranças comunitárias.

Samsung

A Samsung é parceria da Fundação Amazonas Sustentável desde 2010 quando iniciou apoio na construção e operação do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) Assy Manana, na comunidade Três Unidos, na APA do Rio Negro, onde fica a Escola Samsung. A partir de 2014 se tornou mantenedora do programa de educação com aportes que permeiam suporte na operação de sete NCS e programas complementares, entre eles o Repórteres da Floresta e a capacitação para práticas agroecológicas.

Fundo Amazônia

O Fundo Amazônia é um mecanismo internacional de financiamento climático baseado no conceito de pagamento por resultados obtidos na redução das emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento. Criado em 2008 com objetivo central de promover projetos para a prevenção e o combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável das florestas no bioma amazônico, ele é um dos principais mantenedores das ações da FAS, com recursos aplicados por financiamentos não reembolsáveis geridos pelo BNDES.

Lojas Americanas

A Lojas Americanas S.A. é parceira da FAS desde 2018 com apoio a projetos de educação nos NCS, como acesso à internet e informática, educação ambiental, gestão de resíduos sólidos, capacitação empreendedora e formação de professores, por meio de parceria com secretarias de educação. Adicionalmente, a B2W Digital, o grupo da qual a Lojas Americanas pertence, também apoia a FAS na manutenção da loja virtual Jirau da Amazônia, no marketplace da LASA, com venda artesanatos das comunidades ribeirinhas e indígenas.

Petrobras

A Petrobras é parceira da FAS desde 2018 com projetos voltados em educação profissionalizante, técnicas de produção sustentável, empreendedorismo jovem e formação continuada dos professores do ensino multisseriado em áreas remotas da Amazônia. O projeto atua na melhoria da infraestrutura educacional do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) Márcio Ayres, na comunidade Punã, na RDS Mamirauá.

Arqueiros indígenas apoiados pela FAS disputam o 45º Brasileiro de Tiro com Arco

Quatro atletas amazonenses disputam a competição, na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro. O evento reúne num só lugar os principais arqueiros do País

Foi dada a largada para a maior competição de Tiro com Arco no Brasil. Quatro atletas indígenas do Amazonas apoiados pelo Projeto Arquearia Indígena, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), estão na disputa por medalha: Drean da Silva, 22, Nelson de Moraes, 19, e os irmãos Graziela Santos, 24, Gustavo Santos, 23. Eles representam o Estado do Amazonas no 45º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro.

O evento esportivo começou na última terça (12), reunindo num só lugar os principais arqueiros do Brasil. A edição, inclusive, bateu recorde de participantes: 175 atletas de todas as regiões do país, divididos nas categorias Arco Sem Mira Feminino, Arco Sem Mira Masculino, Arco Composto Feminino, Arco Composto Masculino, Arco Recuo Feminino e Arco Recuo Masculino.

Na fase classificatória, Graziela alcançou boa colocação, ficando em 2° lugar com 621 pontos no Arco Recurvo Feminino. Na mesma categoria, porém Masculino, Gustavo ficou em 5° lugar, com 630 pontos. Drean e Nelson ficaram em 17° e 21° lugares, com 593 e 583 pontos respectivamente. Nas eliminatórias individuais, Grazi e Nelson conseguiram vaga para disputar o bronze nas suas categorias e os combates por equipe e dupla mista acontecem nesta sexta (15).

O campeonato acontece na sede da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco), em Maricá, Rio de Janeiro, e segue até domingo (17), quando acontecerão as premiações e entrega de medalhas.

Arquearia Indígena

A valorização da cultura e da identidade dos povos indígenas do Amazonas é a maior meta do Projeto Arquearia Indígena. Desenvolvido desde 2013 pela FAS junto com a Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco) e o Governo do Amazonas.

O projeto tem parceria com o Bradesco e apoio da Confederação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Coipam), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), e patrocínio das Lojas Bemol, Fogás, Val Group, além de apoio da Latam, Bradesco, Centro Educacional La Salle e Faculdade La Salle, por Meio da Lei de Incentivo ao Esporte.

Recursos de P&D de indústrias da Zona Franca poderão financiar projetos em comunidades da Amazônia

Fundação Amazonas Sustentável (FAS) foi habilitada junto ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA) para captar verbas de empresas e aplicar em projetos nessas regiões

A aliança do conhecimento tradicional com o conhecimento científico tem gerado resultados positivos à bioeconomia na Amazônia. Iniciativas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação já promovidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e parceiros vêm melhorando a qualidade de vida de populações indígenas e ribeirinhas que vivem e que cuidam das florestas. Agora essas atividades vão alcançar um novo patamar: recursos oriundos de indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM) poderão ser usados para financiar projetos de P&D nessas comunidades tradicionais onde a FAS atua.

Na última quarta (6), o Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA), vinculado à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma resolução confirmando a habilitação da FAS para executar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas comunidades ribeirinhas e indígenas utilizando recursos das indústrias da ZFM. As verbas poderão ser usadas para a promoção de novas tecnologias em bioeconomia, na gestão de cadeias produtivas, desenvolvimento sustentável e na geração de emprego e renda.

A resolução do DOU, de nº 6/2019, especifica que a habilitação da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é resultado da 59ª reunião do CAPDA, ocorrida em 29 de outubro deste ano. No documento também são especificados os locais onde as atividades de P&D e inovação fomentadas por empresas da Zona Franca poderão ser desenvolvidas, isto é, nos Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCSs) da FAS espalhados nas seguintes Unidades de Conservação geridas pelo Governo do Estado: a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari; RDS Uatumã; RDS Mamirauá; RDS do Juma; RDS Rio Negro e na Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Negro.

“É uma conquista extremamente importante por duas razões. Primeiro porque abre uma oportunidade para captação de recursos para apoiar o desenvolvimento de novas tecnologias às cadeias produtivas de bioeconomia na Amazônia e também porque representa um avanço conceitual para a política de P&D na região, reconhecendo os laboratórios da floresta como sendo elegíveis para receber recursos à inovação, à tecnologia, e não apenas aqueles laboratórios convencionais de instituições de pesquisa com microscópios e computadores. Dessa maneira a gente coloca a floresta como sendo um laboratório de si mesmo”, ressaltou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.

Laboratório da Floresta

Desde 2014 a FAS vem promovendo projetos de P&D e inovação em comunidades tradicionais do Amazonas aliando conhecimento tradicional e conhecimento científico nos espaços denominados “Laboratórios da Floresta”, ou Labflor. Nestes espaços as atividades de P&D são desenvolvidas com objetivo de agregar valor aos recursos naturais e aos produtos da floresta, criando novas tecnologias e dando protagonismo ao conhecimento ribeirinho e indígena, além de envolver etapas como manejo e coleta de recursos florestais e pesqueiros; beneficiamento primário; armazenamento e transporte; beneficiamento secundário até o mercado final; e logística e certificação de produtos florestais e pesqueiros.

As atividades são feitas junto a instituições parceiras e com quem a FAS tem acordos formais de cooperação técnica e científica. Um exemplo de sucesso de Labflor é a Empresa de Base Comunitária (EBC) Bauana, um empreendimento que atua na produção e no beneficiamento de óleos de andiroba e murumuru e no beneficiamento do açaí dentro da comunidade do Bauana, na RDS do Uacari, no município de Carauari, a 788 quilômetros de Manaus. O empreendimento conta com a gestão de cinco técnicos em produção sustentável e é feito juntamente com o Centro Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). Só no ano de 2018 foram produzidas 1,5 toneladas de manteiga de murumuru na EBC Bauana em primeiro contrato com a Natura Brasil, beneficiando diretamente 30 famílias em 2018.

Sobre o CAPDA

O Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA), vinculado à Suframa, foi criado em 2002 e integra a Lei de Informática nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991. O comitê é responsável por gerir os recursos destinados às atividades de pesquisa e desenvolvimento, onde tais recursos são resultados de investimentos feitos por empresas de desenvolvimento ou de produção de bens e serviços de informática. O CAPDA conta com representantes do Governo do Estado e instituições de fomento à pesquisa e inovação, além da comunidade científica e do setor empresarial.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem nas florestas. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação estratégica com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Jovens diminuem impacto ambiental de 286 quilos de plástico que seriam jogados em rios do Amazonas

Projeto Escola D’Água, uma parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com a empresa austríaca Swarovski, trabalha com mobilizações, ações educativas e mutirões de limpeza em toda a região.

O grupo Guardiões das Águas do Purus se mobilizou e nos últimos cinco meses coletaram 286 quilos de plásticos de comunidades ribeirinhas situadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçú Purus, entre os municípios de Beruri e Tapauá, no baixo Purus. Todo o resíduo coletado foi usado para produzir “plastijolos”, uma tecnologia que permite compactar plásticos como garrafa pet até gerar um bloco que pode ser usado na construção civil em substituição ao tijolo comum e que tem mais durabilidade.

Iniciado em 2018 por meio do projeto Escola D’Água, uma parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com a empresa austríaca Swarovski, os Guardiães das Águas do Purus são um grupo formado por jovens ribeirinhos da RDS Piagaçú Purus que trabalham com mobilizações, ações educativas e mutirões de limpeza em toda a região. A ação dos jovens integra o movimento internacional “Ecobricks”.

Integrante da rede mundial Swarovski Water School, o grupo se divide em nove comunidades com o foco principal em diminuir a quantidade de resíduos sólidos, principalmente de plástico, descartados incorretamente nas comunidades e também evitando a incineração desse lixo. Como as comunidades não têm acesso a coleta ou programa de destinação do lixo, a queima desses objetos é a principal alternativa dos comunitários para lidar com os resíduos, o que acaba liberando gases tóxicos nocivos à saúde.

Resíduos e saneamento

Segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartados anualmente de forma irregular no Brasil em lixões a céu aberto, tornando o país o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo. Além disso, 40% de todo o plástico produzido mundialmente é incinerado, uma das principais causadoras da poluição do ar.

Outro destino comum dado aos resíduos descartados são os próprios rios e lagos da região que banham as comunidades, dos quais elas mesmos dependem diretamente para uso doméstico. As localidades também não possuem saneamento básico e todo o esgoto das residências é despejado diretamente nos cursos d’água, poluindo até lençóis freáticos. O problema compromete a qualidade da água consumida pelos moradores e causa doenças como surtos de diarreia e micoses.

Lixo jogado dos barcos

Além disso, outra situação comum que indigna os jovens participantes do grupo Guardiões das Águas do Purus são as práticas de alguns barcos de linha que passam na região, onde os tripulantes jogam para fora das embarcações sacos de lixo em frente às comunidades. Sem acesso à comunicação, os ribeirinhos enfrentam outra dificuldade: como denunciar o problema. Para isso, o grupo organizou um abaixo-assinado das comunidades para entregar às autoridades responsáveis e exigir uma solução como a mudança dos hábitos dos barqueiros.

“Mesmo a gente vendo eles jogando e falando diretamente com os responsáveis, não conseguimos fazer eles pararem por não termos nenhum documento. Agora com o abaixo assinado conseguiremos mostrar para eles que é proibido jogar lixo nos nossos rios”, conta Rayane Miranda, 17 anos,guardiã da comunidade Santa Luzia do Jari. A entrega do abaixo-assinado para a Secretaria Municipal de Limpeza e do Meio Ambiente de Beruri é um marco legal para as comunidades.

Conscientização e manifesto

Para dar a destinação correta ao lixo das comunidades os jovens guardiões enfrentam outro entrave: a descrença de parte dos moradores que ainda acreditam que poluir não é um problema, fruto da baixa conscientização sobre a gravidade e as consequências do lixo.

A partir daí, os jovens se reuniram e criaram um manifesto para pressionar a todos na busca por uma solução: o poder público em geral, a prefeitura, a Secretaria de Meio Ambiente e de Educação, além de toda a população. No manifesto, os jovens relatam a própria realidade e reivindicam direitos básicos, além de fazer um alerta direto sobre poluição e acúmulo de resíduos, um problema global.

“O processo de fazer os plastijolos está sendo muito gratificante porque estamos dando um destino correto ao nosso plástico. A gente está trabalhando junto pela nossa comunidade e está sendo muito bom”, diz Everton Soares, de 17 anos, guardião da comunidade Arumã.

Festival das Águas

Com objetivo de apresentar as próprias preocupações quanto ao lixo nos rios, os jovens Guardiões das Águas do Purus realizaram no último fim de semana, cidade de Beruri, o Festival das Águas, onde mostraram um pouco das inovações desenvolvidas nas comunidades para cuidado com o lixo, como biodigestor, banheiro seco, produtos naturais e plastijolo, além da entrega do abaixo-assinado dos moradores e o manifesto ao Secretário de Meio Ambiente Limpeza Pública Municipal, Pedro Picansso, que se comprometeu a dar assistências às comunidades e notificou as embarcações sobre a prática de jogar lixo nos rios.

O Festival busca conscientizar a população e incentivar novas práticas na cidade, ensinando a zona urbana a tomar maior cuidado com a água, o lixo e o meio ambiente. “Daqui há dez anos não queremos ver lixo nos rios, não queremos seguir os exemplos das cidades, queremos nossas comunidades preservadas e com mais consciência ambiental, com pessoas mais envolvidas. Somos os agentes de transformação da nossa região. Somente juntos podemos transformar o mundo”, diz trecho do manifesto.

Durante o festival aconteceram atividades educativas sobre a água, cinema, experiência em realidade virtual, exposição fotográfica sobre o projeto e amostra das inovações que vem sendo feita nas comunidades, parte da estutura do festival foi feita com plastijolos para mostar a aplicação dos mesmos na prática. 250 pessoas participaram do festival.

Projeto Escolas D’Água

O projeto Escola D’Água Swarovski é uma iniciativa da empresa Swarovski que busca preparar crianças e adolescentes de novas gerações para compreender a prática do uso sustentável da água. Com uma metodologia de educação experimental e alcance internacional, o projeto está presente em escolas próximas a grandes rios em cinco países: Áustria, Brasil, China, Índia e Uganda.

A metodologia do projeto é adaptada de acordo com a realidade e as necessidades de cada país e região. No Brasil, o projeto é executado nas regiões de Santarém, no Pará, e em Beruri e Tapauá, no Amazonas, especificamente na RDS Piagaçu Purus, em parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), onde percorre nove escolas das comunidades ao longo do rio Purus.

Manejo do pirarucu é fortalecido com entrega de empreendimentos de pesca em Fonte Boa

Unidade de beneficiamento, salgadeira e complexo frigorífico, adquiridos com recursos do Fundo Amazônia/BNDES via Fundação Amazonas Sustentável (FAS), foram entregues a associações de pescadores.

A pesca do pirarucu é uma das atividades mais comuns e tradicionais na região amazônica, que dão sustento e geram renda a populações ribeirinhas. Depois de anos sob escassez e sob ameaça de extinção, a espécie vem sendo recuperada com uso de métodos de pesca de manejo até se tornar uma das mais rentáveis e sustentáveis cadeias produtivas do Amazonas. Parte desses investimentos feitos foram entregues nesta terça-feira (3) a associações de pescadores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, na sede do município de Fonte Boa, a 678 quilômetros.

Uma unidade básica de beneficiamento de pirarucu, uma salgadeira e um complexo frigorífico de pescado, que receberam juntos R$ 600 mil de recursos via Fundo Amazônia/BNDES para serem construídos, agora poderão alavancar a produção do peixe e beneficiar mais de 500 famílias. Os empreendimentos só foram possíveis por meio de ações do Edital Floresta em Pé e do Programa Floresta em Pé, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em cooperação estratégica do Governo do Amazonas, via as secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e de Produção Rural (Sepror), e com apoio das associações de pescadores.

Uma dessas associações é a Associação de Pescadores e Pescadoras de Fonte Boa (ASPPFB), contemplada com a unidade básica de beneficiamento, que sozinha possui a capacidade de produzir 60 toneladas/mês de pirarucu beneficiado, isto é, congelado ou cortado, embalado e rotulado. “Isso é uma conquista para nós, os pescadores, e para a nossa cidade. Além de trazer o benefício do sustento, traz expectativa de vida para nós e para a natureza, porque faz parte da cadeia produtiva do manejo”, disse Aberlan Dias de Matos, presidente da entidade.

Além dessa unidade de beneficiamento, um barco geleiro já havia sido entregue à ASPPFB no ano passado como investimento à cadeia produtiva do manejo do pirarucu. “O manejo sustentável veio para organizar a pesca. Eu lembro lá atrás, quando eu era jovem, quando ia pescar com o meu pai, que para pescar um pirarucu era a coisa mais difícil. A gente tirava de qualquer jeito. Se no lago tivesse 100 peixes, a gente matava os 100, sem qualquer método. Meu pai dizia ‘daqui a 20 anos não vai ter mais peixe’ e hoje graças ao manejo você tem uma cota para tirar. Além de ajudar no sustento das pessoas, ajuda a preservar a espécie”, disse.

Salgadeira e complexo

Os outros dois empreendimentos, a salgadeira, onde acontece os processos de salga, secagem natural, defumação e aproveitamento de subprodutos como pele e carcaça, e o complexo frigorífico, formado por túnel de congelamento para cinco toneladas e câmara frigorífica para armazenar 40 toneladas, foram entregues via Associação de Moradores e Usuários da RDS Mamirauá/Antonio Martins (Amurmam). A salgadeira recebeu investimentos de R$ 150 mil do Fundo Amazônia/BNDES por meio do Edital Floresta em Pé e o complexo frigorífico R$ 300 mil também do Fundo Amazônia/BNDES, mas via Programa Floresta em Pé.

“O petróleo de Fonte Boa é o peixe. São 880 lagos. De Manaus a Tabatinga é o município que tem mais lagos e eu falo isso porque eu conheço. Todos esses empreendimentos de hoje vão fazer a diferença na vida do pescador porque o manejo é o emprego das comunidades. É o manejo tira o caboclo da porta do poder público. Uma obra dessa é de grande importância porque melhora a qualidade de vida das pessoas e preserva o meio ambiente”, afirmou o presidente da Amurmam, José Pereira de Souza, o “Seu Pereira”.

Investimentos

Nos últimos dez anos, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) investiu R$ 6,2 milhões em ações de geração de renda ao manejo do pirarucu na RDS Mamirauá e R$ 2,1 milhões em melhoria de infraestrutura, beneficiando cerca de 2 mil famílias em 178 comunidades. “São barcos de pesca, postos de vigilância, unidades de beneficiamento, tudo entregue e feito em parceria com diversas instituições, como o Governo do Estado, a Prefeitura de Fonte Boa, as associações. As entregas de hoje beneficiam não só os pescadores lá da ponta, nos lagos, mas também que está aqui na cidade porque gera emprego e renda aqui. É uma conquista de todos”, ressaltou Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS.

Os empreendimentos só foram possíveis por meio de ações do Edital Floresta em Pé e do Programa Floresta em Pé, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em cooperação estratégica do Governo do Amazonas. Foto: Diego Peres/ Secom

O governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou as ações em prol do desenvolvimento sustentável durante as entregas dos empreendimentos. “Eu fiz questão de vir ao município de Fonte Boa porque aqui estamos inaugurando estruturas que dão condições necessárias para essas pessoas que trabalham de forma manejada e de forma sustentável na Reserva de Mamirauá. Estamos caminhando para outras etapas junto à nossa Secretaria de Meio Ambiente e de Produção Rural para ampliar essas estruturas e para promover o manejo de outros animais, como é o caso, por exemplo, do jacaré, uma vez que a gente tem uma população significativa desse animal aqui na região”, disse.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida de populações ribeirinhas e indígenas que vivem em Unidades de Conservação (UC). Por meio de programas e projetos, como o Programa Floresta em Pé e o Edital Floresta em Pé, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Fotos: Diego Peres/Secom

8,3 toneladas de pirarucu fresco e seco oriundo de manejo à venda na FAS neste fim de semana

Pescado manejado da RDS Cujubim e RDS Mamirauá são comercializados diretamente com os pescadores, inclusive durante a Feira da FAS, no domingo (3). Os preços variam de R$ 3,50 a R$ 25 o quilo

Oito toneladas de pirarucu manejado, fresco e seco, oriundos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Cujubim, no município de Jutaí, a 751 quilômetros de Manaus, e da RDS Mamirauá, em Fonte Boa, a 678 quilômetros da capital, serão vendidas neste final de semana na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em Manaus, rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez. A venda acontece normalmente a partir de 7h30 na sexta (1) e no sábado (2), e no domingo (3) durante a Feira da FAS.

Das oito toneladas, 4,1 são só de pirarucu fresco, com preços que variam de R$ 3,50 o quilo da carcaça; R$ 12 o quilo da ventrecha; R$ 16 o quilo de manta; e R$ 22,00 o quilo do filé. Já a quantidade de pirarucu seco equivale a 4,2 toneladas, comercializadas a preços de R$ 20 o quilo da ventrecha e R$ 25 o quilo do filé. Os pagamentos poderão ser feitos em dinheiro, cartão de débito e de crédito.

Todo o peixe é oriundo de pesca manejada na RDS Cujubim e RDS Mamirauá. Os pescadores, apoiados pela FAS, vêm até a capital vender o peixe diretamente aos consumidores, sem a participação de atravessadores e/ou distribuidores. “O objetivo é promover o manejo do pirarucu e o comércio justo, aproximar o comprador dos manejadores e fazer com que eles tenham oportunidade de oferecer produtos em Manaus sem os atravessadores”, explicou Edvaldo Corrêa, coordenador de Geração de Renda do Programa Floresta em Pé.

É por meio do Floresta em Pé, e com recursos do Fundo Amazônia/BDNES, que a Fundação Amazonas Sustentável apoia o manejo do pirarucu na RDS Cujubim e RDS Mamirauá. Pelo programa, que funciona como uma política pública de pagamentos por serviços ambientais, os pescadores recebem incentivo à gestão sustentável de recursos naturais, como o pirarucu, o que gera renda às famílias e empodera as comunidades ribeirinhas.

A comercialização dessas oito toneladas de pirarucu na sede da FAS beneficiará um total de 41 famílias pescadores de quatro comunidades na RDS Cujubim e na RDS Mamirauá. “O lucro sempre é da gente, não tem atravessador no meio e recebemos o dinheiro na hora. É muito bom”, comentou o pescador Luiz Teixeira, da comunidade Paraíso, na RDS Cujubim. A venda, inclusive, tem autorização do Ibama e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e também acontece dentro do prazo estabelecido pela legislação.

Feira da FAS

Neste próximo domingo (3) acontece a 17ª Feira da FAS, uma feira de economia criativa que acontece mensalmente na sede da fundação, em Manaus, na rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez, com a proposta de oferecer à população a experiência de consumir produtos diretamente de quem faz, incluindo o peixe manejado pescado em comunidades ribeirinhas pelo Amazonas. A entrada na Feira da FAS é gratuita.

Serviço

O quê: feira do pirarucu
Quando: sexta (1), sábado (2) e domingo (3), a partir das 7h30
Onde: sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez, Manaus

Parceria da FAS e Instituto Coca-cola leva água potável para ribeirinhos no Amazonas

Com oração e fogos de artifício, ribeirinhos da comunidade Vila Darcy, em Maués, comemoraram a chegada de “água boa” nas torneiras de casa. Tecnologia por energia solar foi possível com participação do Instituto Avina e WTT

Cley Medeiros
Jornal A Crítica

Até duas semanas atrás, os habitantes da comunidade Vila Darcy tiravam água do rio para beber, tomar banho e fazer comida, alternando com água da chuva. Na última terça-feira (22), os moradores do local, situado às margens do Rio Parauari, em Maués, distante 750 quilômetros de Manaus, estrearam dez placas de energia solar responsáveis por abastecer com água potável pelo menos 42 casas de famílias ribeirinhas, moradoras da Floresta Estadual de Maués, uma Unidade de Conservação do Amazonas.

A energia limpa que move os satélites desde 1960 foi escolhida pelo programa “Água + Acesso” – realizado pela Fundação Sustentável do Amazonas (FAS) e o Instituto Coca-Cola Brasil – como um dos três modelos utilizados para levar água potável a 15 comunidades da Amazônia, que são atendidas pelo projeto desde 2017. No Amazonas, o programa viabilizou acesso e tratamento de água para consumo para 3.733 pessoas de 30 comunidades ribeirinhas em nove municípios.

A inauguração

Comemorada pelos mais de 80 comunitários com fogos de artifício em meio ao entardecer, a inauguração interrompeu o torneio de futebol que agitava o campo em frente às placas. A solenidade durou menos de 15 minutos, um suspiro comparado aos dois meses em que a comunidade trabalhou para erguer a estrutura que capta, armazena e distribui água em uma rede com mais de 600 metros quadrados de encanamento.

Além das principais caixas d’água com mais de 2 mil litros, cada família construiu um suporte para armazenar água potável no quintal de casa. “É a contrapartida. Eles entram com a tecnologia, nós entramos com a sabedoria popular”, afirma Ronaldo da Silva, presidente da comunidade. Aplausos após o discurso final sinalizaram a aprovação da fala da liderança.

Com mais de R$ 620 mil investidos pelo Instituto Coca-Cola Brasil, o programa Água + Acesso já beneficiou mais de duas mil pessoas em dois anos de atuação. Gerido pela FAS, o investimento multiplica a qualidade de vida em áreas de proteção em Unidades de Conservação (UC’s). “Antes caminhava com três baldes de água cheinhos que pegava no rio. Só assim para sobreviver”, conta Maria Barbosa, que em duas décadas colocou o balde em um dos ombros mais de 14 mil vezes, considerando duas viagens ao dia.

Alívio a moradores

Maior aliado dos ribeirinhos das últimas quatro décadas, o uso constante do balde na Vila está com os dias contados, assim como a falta de água encanada nas casas. A previsão é que nos próximos quinze dias todas as famílias terminem a implementação das torneiras. Concluindo a etapa final, só resta manter em funcionamento o histórico feito, ao custo médio de R$ 8 por mês, que é destinado à manutenção das placas em caso de imprevistos. “Foi duro, mas o sonho foi realizado. Trabalhei pintando e colocando as madeiras para as caixas de água e só de pensar que não vou mais tirar água do rio pra beber, me dá um alívio”, conta o agricultor João da Silva.

O professor Marcílio Dias aponta que durante as aulas de ciências e biologia, os alunos ficavam confusos quando o conteúdo falava sobre a qualidade da água que deveria ser consumida. “Explicar que é direito do ser humano ter acesso à água e nós aqui, não ter esse direito de verdade, me colocou em uma situação nada boa. Os alunos começaram a questionar com mais frequência nos últimos meses”, disse ele, que é professor de todas as matérias do currículo escolar e ministra aulas para 140 crianças de Vila Darcy, além de outras cinco comunidades próximas.

Em Vila Darcy a maioria dos habitantes trabalham em plantações de guaraná. A comercialização do fruto gera renda para mais de mil famílias diretamente. No calor de em média de 40ºC nas plantações, agricultores bebem água “coada” em uma toalha, isso quando não entram floresta à dentro à procura de um olho d’água. “Agora a gente leva água que chega na torneira pra tomar na roça”, explica o produtor de guaraná Erivan Costa.

No país, a parcela da população sem acesso à água ultrapassa os 20%. Nas grandes cidades 68% da água que chega até a torneira é desperdiçada, de acordo com o Instituto Trata Brasil. O contraste traduz o retrato da realidade dos ribeirinhos de Vila Darcy. “Cada família que estiver desperdiçando água vai pagar uma multa de R$ 20”, afirma Jousanate Faria, coordenadora da FAS que atua nas comunidades ribeirinhas.

Sistemas de abastecimento

O movimento que leva água para ribeirinhos da Amazônia oferece três modelos básicos de abastecimento. O sistema de captação direta do rio; o sistema de poço artesiano e tratamento ultraviola (UVB) e o sistema híbrido de captação e tratamento UVB, que é o caso da comunidade Vila Darcy. Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, distante 30 quilômetros de Manaus, por exemplo, é de poço artesiano cuja bomba é alimentada por energia solar e a água disponibilizada recebe tratamento com luz ultravioleta, o que livra a água de contaminação microbiológica.

Em Catuá Ipixuna foi testada uma tecnologia para purificação de água que trata até 400 litros de água por hora utilizando energia solar e bateria, desinfetando água contaminada por germes de rios, lagos e igarapés, através da radiação ultravioleta tipo C, evitando doenças como diarreia e Hepatite A. Da capital até a Reserva são 340 quilômetros.

Nas comunidades da RDS Piagaçu Purus, distante 50 quilômetros de Manaus, foram implantados poços artesianos de uso comunitário complementados por rede de distribuição de água, o que possibilita a disponibilidade permanente de água, mesmo durante o período de seca, além de evitar o consumo direto da água dos mananciais superficiais.

Retrato brasileiro

Só em 2017, a Região Norte apresentou 44.984 casos de internações associadas à falta de saneamento, que resultaram em 198 óbitos, sendo 30 deles de crianças abaixo dos 4 anos. O estudo foi publicado pelo Painel Saneamento Brasil.

O país apresenta um sistema de saneamento básico extremamente precário, cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada, mais de 100 milhões sem coleta dos esgotos, somente 45% dos esgotos são tratados e 38% da água potável é perdida nos sistemas de distribuição.

Hoje, a cobertura de água e esgotamento no Norte é a mais baixas do Brasil. Apenas 57,3% de toda população nortista apresenta acesso à água, 10,2% tem coleta de esgoto e apenas 17,4% dos esgotos são tratados, agredindo o imenso bioma amazônico e colocando em risco o meio ambiente da região. Fora tudo isso, as perdas de água chegam a 55,1% de acordo com o Instituto Trata Brasil.

Na última semana, o governador Wilson Lima anunciou que vai garantir nos próximos dois anos investimentos para atingir 100% de abastecimento de água potável em Maués. O governo espera beneficiar mais de quatro mil famílias do município. O anúncio foi feito durante a inauguração da Lagoa da Maresia, uma das áreas beneficiadas no pacote de obras do Programa de Saneamento Integrado de Maués (ProsaiMaués).

Água + Acesso

A aliança Água + Acesso existe desde 2017 e reúne 15 organizações. Ela atua basicamente apresentando e implantando soluções de modelos autossustentáveis em mais de 241 comunidades localizadas em áreas rurais de 8 estados no país. Liderado pelo Instituto Coca-Cola Brasil, o programa já beneficia mais de 77 mil pessoas. Além do Instituto Coca-Cola Brasil, integram a iniciativa o Instituto Iguá, a Fundação Avina, a World-Transforming Technologies (WTT) e o Instituto Trata Brasil, como organizações de apoio, além de nove organizações sociais com ampla atuação em comunidades nas regiões atendidas: SISAR-CE, SISAR PI, Central de Associações (BA) Projeto Saúde e Alegria (PA), Fundação Amazonas Sustentável (AM), Cáritas de Pesqueira (PE), ABES-ES, ASPROC (AM) e CPCD (MG).

Até dezembro de 2019, a meta do programa é impactar 3 novas comunidades do município de Maués com sistemas de abastecimento e tratamento de água, beneficiando diretamente 100 novas famílias e cerca de 500 pessoas nestas comunidades.

Governos da Amazônia, SDSN-Amazônia e FAS assinam carta ao Papa em defesa da região

Organizações participaram de cúpula de governadores que resultou em documento com orientações e compromissos assumidos por autoridades, cientistas e sociedade civil na Amazônia

Ampliar o diálogo com a comunidade internacional sobre a Amazônia e assumir compromissos em defesa da região, da sua rica biodiversidade, seus povos e culturas foram o principal objetivo da 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia, um encontro realizado nesta segunda-feira (28), na sede da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, na cidade do Vaticano, que reuniu autoridades e representantes do poder público de diversos países amazônicos, incluindo o Brasil, além de cientistas, sociedade civil e a Igreja Católica.

O encontro, que aconteceu um dia após o Sínodo do Amazônia, foi organizado pela Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Brasileira e pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN-Amazônia).

Entre as autoridades presentes estavam o governador do Amazonas, Wilson Lima, o cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, que foi relator do Sínodo da Amazônia e responsável por escrever o documento final com as metas e compromissos deliberados pelos bispos da Igreja Católica no Sínodo, e o reitor da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano, o monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, além do presidente do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal e governador do Amapá, Waldez Góes, e o coordenador-geral da SDSN Amazônia, Virgílio Viana, que também é superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

“O encontro teve como principal resultado a troca de experiências entre os diferentes governos estaduais do Brasil e dos países da Pan-Amazônia com a finalidade de identificar pontos de convergência entre as necessidades dos estados amazônicos e as conclusões do Sínodo”, explicou Virgílio Viana. “Aqui foram identificadas as diferentes ações que vão permitir que os estados amazônicos transformem o interesse global sobre o futuro da Amazônia em fontes de financiamento que possam gerar mais emprego e renda e também contribuir para a redução do desmatamento e dos incêndios florestais”.

Durante a cúpula, o governador Wilson Lima falou em defesa da promoção da dignidade humana dentro do processo de desenvolvimento sustentável da Amazônia. “Muito tem se falado sobre o aumento dos instrumentos de proteção, tecnologia, mas, por mais que se tenha todos esses instrumentos, não seremos capazes de fazer isso sem que o cidadão que mora lá entenda a importância de se preservar. E ele só vai conseguir fazer isso no momento em que a floresta fizer sentido para ele. Porque hoje essa metade da população explora a floresta como uma forma de sobrevivência. E sobreviver é condição primária”, disse.

Também participaram da cúpula os governadores do Pará, Helder Barbalho; do Maranhão, Flávio Dino; e do Piauí, Wellington Dias; o secretário de Assuntos de Soberania Nacional do Governo Federal do Brasil, Fabio Mendes Marzano, e chefes do Executivo de outros oito países amazônicos, como Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela, além de outros representantes da sociedade civil, como Conservation Internacional (CI), GCF Task Force e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Carta ao Papa Francisco

Ao final da cúpula, os governadores da Pan-Amazônia, cientistas e os representantes da sociedade civil assinaram uma carta com orientações e compromissos assumidos em defesa da Amazônia. O documento, endereçado ao Papa Francisco, a maior autoridade da Igreja Católica, reúne 14 pontos como o reconhecimento de um estado de ameaça por qual passa a região amazônica e um pedido de ampliação das metas estabelecidas no Acordo de Paris já em 2020.

Sínodo da Amazônia

O Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica foi um encontro entre bispos da Igreja Católica que aconteceu entre 6 e 27 de outubro na cidade do Vaticano com objetivo de identificar novos caminhos para a evangelização na região. Entre outros pontos estavam a defesa dos povos indígenas, ribeirinhos e suas culturas e a defesa da biodiversidade da região.

FAS abre vaga para prestador de serviços para elaboração de relatório em Tefé

A oportunidade é para o Programa de Desenvolvimento Integral da Criança e do Adolescente Ribeirinho da Amazônia (DICARA). As inscrições vão até quinta-feira (31)

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) está selecionando um profissional para vaga de emprego de prestador de serviços para elaboração de relatório no município de Tefé, distante cerca de 523 quilômetros de Manaus, para atuação dentro do Programa de Desenvolvimento Integral da Criança e do Adolescente Ribeirinho da Amazônia (DICARA).

A oportunidade é para elaborar relatório de prestação de contas para o Programa DICARA e tem como função apoiar a organização dos relatórios, participar de reuniões e dar suporte às equipes de design e dados. São requisitos morar em Tefé ou ter disponibilidade para tal, escolaridade nível Médio, habilidade em informática (Word, Excel, PowerPoint e Internet), boa capacidade de redação, organização e sistematização de dados e informações.

As propostas devem ser encaminhadas para o e-mail rh@fas-amazonas.org até quinta-feira (31) com título de mensagem “Prestação de contas – PJ DICARA”. Confira o edital aqui.