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Geração de renda

Populações apoiadas pela FAS têm renda média familiar mensal maior em comparação a não-beneficiários

Resultados preliminares de pesquisa demonstram melhoria na qualidade de vida de quem vive em Unidades de Conservação e que recebe ações de educação e geração de renda promovidas pela Fundação Amazonas Sustentável

A vida de populações ribeirinhas e indígenas que vivem em Unidades de Conservação (UC) do Amazonas geridas pelo Governo do Estado, e que são apoiadas com ações de educação e geração de renda desenvolvidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), vem melhorando consideravelmente nos últimos anos. Levantamento feito pela Action Pesquisas de Mercado demonstrou uma diferença de 23,5% na renda média familiar mensal das pessoas que são beneficiárias de ações da FAS em comparação a quem não é atendido por tais projetos e programas nas mesmas áreas geográficas.

Os resultados, preliminares e captados com populações da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, da RDS Puranga Conquista e da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, territórios que abrangem uma área de 790.923 hectares de terra, apontam para a percepção de que a vida das pessoas beneficiadas pelas ações da FAS nessas localidades melhorou bastante após a implementação de programas e projetos de educação e de geração de renda, por exemplo. Ao todo, são 1.154 famílias em 42 comunidades nessas regiões atendidas pelo Programa Floresta em Pé, o antigo Bolsa Floresta.

A pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira foi a fase de entrevistas qualitativas com 31 lideranças e 16 gestores de Unidades de Conservação que participavam do XXIII Encontro de Lideranças, um evento realizado em Manaus com presidentes de associações e lideranças diversas regiões do Estado, e a segunda etapa foi a fase de pesquisas quantitativas realizadas em sete UCs, abrangendo 151 comunidades, com amostragem de 1.060 questionários aplicados com beneficiários e não beneficiários.

Além disso, as pesquisas qualitativas não se limitaram às lideranças ribeirinhas e indígenas, contemplaram também os gestores das Unidades de Conservação, ou seja, servidores do Estado residentes nessas áreas e ligados Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (DEMUC), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que é a secretaria responsável pela gestão dessas áreas protegidas.

“As lideranças das associações são representantes legítimos dos moradores das Unidades de Conservação e o ponto focal da FAS para a articulação dessas iniciativas, acompanhamento de programas e de projetos. Conhecer a opinião desses líderes é importante para avaliar a efetividade das ações de estímulo ao empoderamento social e também para direcionar novas abordagens”, explicou a gerente do Programa de Gestão e Transparência da FAS, Michelle Costa.

Desde 2011 são feitas pesquisas independentes para mensurar a opinião e a satisfação dos beneficiários dos programas e projetos da FAS nos territórios do Estado. Em 2015 também foi feita pesquisa, com o mesmo objetivo de entender o impacto das intervenções das políticas públicas, como o Programa Floresta em Pé, na vida das pessoas. Tais pesquisas seguem abrangência geográfica, abordagem metodológica e parâmetros estatísticos que asseguram comparabilidade entre si, aspecto fundamental para compreender a evolução da satisfação dos beneficiários quanto à implementação dos programas, da imagem institucional da FAS e dos efeitos das intervenções sobre a conservação ambiental, melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável.

Novas pesquisas devem ser desenvolvidas no intervalo de cada quatro anos, com a perspectiva de ampliação para outras Unidades de Conservação, incluindo áreas contrafactuais, ou seja, aquelas onde não há atuação da FAS. “É fundamental fazer esse levantamento, conhecer a opinião das pessoas atendidas pelos programas da FAS nas comunidades e também aquelas não atendidas. Entender a satisfação delas, as expectativas e as necessidades e, dessa maneira, traçar metas de melhorias e reforçar aquilo que está dando certo”, explica Flávia Sausmikat Soares, diretora de Operações da Action Pesquisas de Mercado.

Floresta em Pé

O Programa Floresta em Pé é uma política pública de pagamento por serviços ambientais pertencente ao Estado do Amazonas, é aplicada pela FAS há mais de 11 anos em 16 Unidades de Conservação, beneficiando 581 comunidades ribeirinhas e indígenas. Por meio do programa as populações recebem ações de incentivo à gestão sustentável de recursos naturais, de geração de renda e empoderamento comunitário. Pela FAS, o Floresta em Pé é implementado com recursos do Fundo Amazônia/BNDES, Bradesco e Coca-Cola Brasil, além da cooperação estratégica com o Governo do Estado, via Sema.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola.

Cestas regionais com pirarucu, farinha e açaí de comunidades são opção para diversificar ceias de Natal

À venda na internet com entrega para toda Manaus, combos com produtos oriundos da floresta são alternativa nas festas de fim de ano e até como sugestão de presente. Saiba como adquirir

Já imaginou uma ceia de Natal bem diferenciada e regional, juntando o sabor do pirarucu com a deliciosa farinha de Uarini e o poderoso açaí amazônico? É possível! Cestas de Natal regionais com esses produtos vindos da floresta estão à venda na internet e são opção para diversificar o cardápio nas ceias durante as festas de fim de ano e até como sugestão de presente.

Fruto de uma parceria entre comunidades ribeirinhas, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a startup Onisafra, que já vende na internet produtos orgânicos e naturais, as cestas de Natal regionais são compostas por quantidades variadas de pirarucu manejado da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, da farinha “A Ribeirinha” produzida na região de Uarini, também da RDS Mamirauá, e do açaí “Tupã”, feito na RDS Uacari.

Ao todo são quatro combos de cestas de Natal regionais, que variam de R$ 99,90 a R$ 179. A cesta “Tupã” traz dois quilos de filé de pirarucu, dois quilos de farinha e dois litros de açaí “Tupã”. A cesta “Ribeirinha” leva quatro quilos de filé de pirarucu e dois quilos da farinha. A cesta “Cabocla” vem com quatro quilos de filé pirarucu e três litros de açaí. A mais completa, a cesta “Açu”, reúne quatro quilos de pirarucu, três quilos de farinha e dois litros de açaí.

Todas as cestas são vendidas on-line na loja virtual da Onisafra, por meio de uma parceria com a FAS e as comunidades. O consumidor acessa o site onisafra.com/manaus/#feiradopirarucu, escolhe o combo desejado, efetua a compra e recebe tudo em casa, sem perder tempo em filas e ainda na comodidade do lar. As cestas são limitadas, mas entregues a toda Manaus. As dez primeiras pessoas a comprarem ganham camisas oficiais da Feira do Pirarucu da FAS.

A comercialização virtual dessas cestas é uma alternativa econômica para as cadeias produtivas do pirarucu, da farinha e do açaí apoiadas pela FAS por meio do Programa Floresta em Pé e geram renda às famílias. “Ao adquirir esses produtos você está ajudando o meio ambiente e incentivando o desenvolvimento sustentável dessas comunidades”, explica Wildney Mourão, coordenador de Empreendedorismo da FAS.

Floresta em Pé

Floresta em Pé é o programa da FAS de desenvolvimento sustentável de comunidades ribeirinhas e indígenas que vivem em Unidades de Conservação (UC), em cooperação estratégia com o Governo do Amazonas, por meio de incentivo a cadeias produtivas e à geração de renda. O programa, que é uma política pública e recebe recursos do Fundo Amazônia/BDNES, também funciona com pagamentos por serviços ambientais às populações que cuidam das florestas.

Pirarucu na feira

Além da venda virtual do pirarucu manejado da RDS Mamirauá dentro das cestas de Natal regionais, ainda é possível comprar só o pescado diretamente na feira física que acontece na sede da FAS, na rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez. A última feira oficial aconteceu até domingo (15), mas ainda restam duas toneladas de pirarucu fresco disponíveis enquanto durar o estoque.

Serviço

O quê: Cestas de Natal regionais com pirarucu, farinha e açaí são opção para diversificar cardápio nas ceias
Onde: onisafra.com/manaus/#feiradopirarucu

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) está selecionando um profissional de pessoa jurídica para apoio na elaboração de propostas e desenvolvimento de relacionamento com parceiros e potenciais parceiros nacionais e internacionais. O consultor deverá realizar a busca de editais e prêmios aderentes à FAS e sistematizar essa atividade junto a outros colaboradores da instituição, acompanhar reuniões com potenciais parceiros, elaborar propostas de fundos multilaterais, editais nacionais e internacionais e empresas estratégicas nacionais e internacionais. São requisitos mínimos graduação em nível superior e experiência comprovada em áreas diversas correlatas aos serviços relatados no edital, tais como ciências naturais, agrárias e econômicas. É desejável pós-graduação nas áreas ambiental ou em gestão de projetos, conhecimentos de informática, domínio do Office, especialmente Microsoft Excel, e facilidade de aprendizado de outros sistemas planejamento também são requeridos. Inglês e espanhol em nível avançado é desejável. As propostas devem ser encaminhadas para o e-mail rh@fas-amazonas.org, de 28 de novembro a 4 de dezembro de 2019. No título da mensagem de e-mail deve constar: “Consultoria para captação”. Apenas os candidatos aprovados na primeira etapa serão contatados. Confira o edital aqui.

4,8 toneladas de peixe, oriundo da RDS Mamirauá, estão sendo vendidas pelos próprios pescadores em Manaus a partir desta sexta (29) até domingo (1). A comercialização incentiva a cadeia produtiva do pirarucu.

A temporada de descontos do Black Friday inicia nesta sexta (29) em todo o País e a baixa dos preços também vão atingir a feira de pirarucu manejado na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em Manaus. É o Black Friday do Pirarucu, com descontos de 11% a 50% na venda do pescado. Serão 4,8 toneladas de peixe vendidas pelos próprios pescadores diretamente com os clientes em Manaus, sem a participação de distribuidores ou atravessadores.

A comercialização inicia sexta (29), a partir das 7h30, e vai até domingo (1), já dentro da programação da Feira da FAS, a feira de economia criativa da fundação – ou enquanto durar o estoque. O peixe é oriundo dos rios e lagos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, na região do Médio-Solimões, no município de Fonte Boa, a 678 quilômetros da capital. A venda tem autorização do Ibama e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Todos os descontos do Black Friday do Pirarucu vão variar de 11% a 50%. As peças de filé, por exemplo, estarão sendo vendidas a R$ 18 o quilo, 18,18% mais barato do que a última feira, quando o quilo custava R$ 22. Já a manta estará a R$ 15 o quilo, 11,76% a menos dos R$ 17 da última feira. A ventrecha ficará a R$ 10 o quilo, 28,57% de desconto em cima dos R$ 14 cobrados anteriores. A carcaça será vendida a R$ 2,50 o quilo, com 50% de desconto em cima dos R$ 5 da última feira. Veja tudo na tabela ao final.

Os pescadores que vêm à capital vender o peixe são da comunidade Mapurilância, dentro da RDS Mamirauá. “Nosso intuito é promover o manejo do pirarucu e o comércio justo, aproximar o comprador dos manejadores e fazer com que eles tenham oportunidade de oferecer produtos em Manaus sem os atravessadores, distribuidores. E por que não aproveitar o Black Friday, que é o período de promoções, para eles ganharem o dinheiro deles também?”, explicou Edvaldo Corrêa, coordenador do Programa Floresta em Pé.

É por meio do Floresta em Pé, e com recursos do Fundo Amazônia/BDNES, que a Fundação Amazonas Sustentável apoia o manejo do pirarucu na RDS Mamirauá e em outras Unidades de Conservação, em cooperação estratégica com Sema. Pelo programa, que funciona como uma política pública de pagamentos por serviços ambientais, os pescadores recebem incentivo à gestão sustentável de recursos naturais, como o pirarucu, o que gera renda às famílias e empodera as comunidades ribeirinhas.

Tabela de preços

– Filé: R$ 18 reais o quilo, desconto de 18,18%
– Manta: R$ 15 o quilo, desconto de 11,76%
– Ventrecha: R$ 10 o quilo, desconto de 28,57%
– Carcaça: R$ 2,50 o quilo, desconto de 50%

Serviço

O quê: Black Friday do Pirarucu
Quando: sexta (29), sábado (30) e domingo (1), a partir das 7h30
Onde: sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez, Manaus

Óleo de andiroba produzido por ribeirinhos é lançado no mercado com apoio da FAS

Produto florestal “Menino dos Óleos”, oriundo da empresa de processamento EBC Bauana, da RDS Uacari, recebeu apoio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) para ser comercializado

Nas curvas do rio Juruá, no sudoeste do Amazonas, o mais sinuoso rio do mundo, floresce algo que vai além de um produto bom para a pele e para o bem-estar. Território de brava gente, que luta pelo direito à floresta desde o ciclo da borracha, hoje a região se destaca pela organização social e produtiva, o que resulta na valorização dos recursos naturais e do conhecimento dos povos que ali habitam. É dali que chega ao mercado um novo produto florestal: o óleo de andiroba “Menino dos Óleos”, um frasco de 30 mililitros (mL) de puro óleo da andiorobeira lançado nesta sexta (22) em Manaus.

Colhida e processada na comunidade do Bauana, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uacari, no município de Carauari, na região do Médio-Juruá, a cerca de 1 mil quilômetros de Manaus, a andiroba do “Menino dos Óleos” é a mesma que abastece a linha de cosméticos da gigante Natura. Agora, porém, os ribeirinhos colocam à venda o próprio negócio, passam a comercializar o mesmo óleo de andiroba com qualidade de mercado dentro de uma marca com identidade visual própria. Tudo com apoio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Resultado do esforço, inspiração e visão inovadora de três jovens empreendedores ribeirinhos, Reginaldo, Manoel e Vagner, o “Menino dos Óleos” foi desenvolvido dentro de uma empresa própria deles, a Empresa de Base Comunitária (EBC) Bauana, que leva o nome da comunidade. “Agora a gente está fazendo o nosso próprio óleo, na nossa embalagem, para ficar uma coisa bonita, nossa, para agregar valor ao nosso produto. É uma forma da gente chegar no mercado, enquanto que lá no nosso município a gente só conseguia fornecer ele in natura”, explica Reginaldo Oliveira dos Santos, 30, um dos empresários dos óleos vegetais.

A EBC Bauana, que há três anos já processa óleos vegetais de sementes colhidas por famílias extrativistas em 32 comunidades da região, passou de 1,5 tonelada de produção anual para 4 toneladas. O sistema, apoiado pela FAS, beneficia não só os donos da EBC Bauana, mas cerca de 60 famílias localizadas na RDS Uacari e também na Reserva Extrativista do Médio-Juruá. O faturamento bruto anual é de R$ 96 mil. “Fico muito feliz por estarmos colocando no mercado um produto do nosso nome, ‘aqui do nosso Estado e também do nosso município. É uma satisfação grande”, completou Vagner Ferreira de Menezes, 30, empreendedor durante o lançamento do produto.

O poder da andiroba

Oriundo da andiobeira, árvore típica da Amazônia que pode ultrapassar os 30 metros de altura, o óleo de andiroba possui um poderoso ativo capaz de restaurar e equilibrar os mecanismos de defesa da pele. Especialistas e o conhecimento popular defendem o efeito antiinflamatório da andiroba, também usado para fins cosméticos e como óleo massageador.

O “Menino dos Óleos” da EBC Bauana é um frasco com 30 mL do poderoso óleo de andiroba. “Agora eles deixam de ser somente produtores e passam também a protagonizar a venda do próprio óleo vegetal. É bom para o meio ambiente porque é preciso ter árvores para a produção acontecer, é bom para a economia porque distribui renda e é bom para quem compra porque além de cuidar da pele também está cuidando do Planeta, comprando um produto sustentável”, explicou Wildney Mourão, coordenador do Empreendedorismo da FAS.

EBC Bauana

A Empresa de Base Comunitária (EBC) Bauana é um projeto de desenvolvimento de capital empreendedor na Amazônia profunda. Criada no ano 2016 com apoio da Associação dos Moradores Agroextrativistas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari (Amaru) e da Incubadora de Negócios Sustentáveis da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), a EBC Bauana funciona com atuação direta na gestão produtiva de negócios, rastreabilidade da matéria-prima, processamento de óleos vegetais e relacionamento com comunidades ribeirinhas fornecedoras de sementes de andiroba.

Entre os parceiros estão a própria Amaru, o Fundo Amazônia/BNDES, SAP, Sitawi, USAID, Governo do Amazonas, via as secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e de Produção Rural (Sepror), Bradesco, Americanas.com, Pharmakos e Natura.

Recursos de P&D de indústrias da Zona Franca poderão financiar projetos em comunidades da Amazônia

Fundação Amazonas Sustentável (FAS) foi habilitada junto ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA) para captar verbas de empresas e aplicar em projetos nessas regiões

A aliança do conhecimento tradicional com o conhecimento científico tem gerado resultados positivos à bioeconomia na Amazônia. Iniciativas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação já promovidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e parceiros vêm melhorando a qualidade de vida de populações indígenas e ribeirinhas que vivem e que cuidam das florestas. Agora essas atividades vão alcançar um novo patamar: recursos oriundos de indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM) poderão ser usados para financiar projetos de P&D nessas comunidades tradicionais onde a FAS atua.

Na última quarta (6), o Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA), vinculado à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma resolução confirmando a habilitação da FAS para executar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas comunidades ribeirinhas e indígenas utilizando recursos das indústrias da ZFM. As verbas poderão ser usadas para a promoção de novas tecnologias em bioeconomia, na gestão de cadeias produtivas, desenvolvimento sustentável e na geração de emprego e renda.

A resolução do DOU, de nº 6/2019, especifica que a habilitação da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é resultado da 59ª reunião do CAPDA, ocorrida em 29 de outubro deste ano. No documento também são especificados os locais onde as atividades de P&D e inovação fomentadas por empresas da Zona Franca poderão ser desenvolvidas, isto é, nos Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCSs) da FAS espalhados nas seguintes Unidades de Conservação geridas pelo Governo do Estado: a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari; RDS Uatumã; RDS Mamirauá; RDS do Juma; RDS Rio Negro e na Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Negro.

“É uma conquista extremamente importante por duas razões. Primeiro porque abre uma oportunidade para captação de recursos para apoiar o desenvolvimento de novas tecnologias às cadeias produtivas de bioeconomia na Amazônia e também porque representa um avanço conceitual para a política de P&D na região, reconhecendo os laboratórios da floresta como sendo elegíveis para receber recursos à inovação, à tecnologia, e não apenas aqueles laboratórios convencionais de instituições de pesquisa com microscópios e computadores. Dessa maneira a gente coloca a floresta como sendo um laboratório de si mesmo”, ressaltou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.

Laboratório da Floresta

Desde 2014 a FAS vem promovendo projetos de P&D e inovação em comunidades tradicionais do Amazonas aliando conhecimento tradicional e conhecimento científico nos espaços denominados “Laboratórios da Floresta”, ou Labflor. Nestes espaços as atividades de P&D são desenvolvidas com objetivo de agregar valor aos recursos naturais e aos produtos da floresta, criando novas tecnologias e dando protagonismo ao conhecimento ribeirinho e indígena, além de envolver etapas como manejo e coleta de recursos florestais e pesqueiros; beneficiamento primário; armazenamento e transporte; beneficiamento secundário até o mercado final; e logística e certificação de produtos florestais e pesqueiros.

As atividades são feitas junto a instituições parceiras e com quem a FAS tem acordos formais de cooperação técnica e científica. Um exemplo de sucesso de Labflor é a Empresa de Base Comunitária (EBC) Bauana, um empreendimento que atua na produção e no beneficiamento de óleos de andiroba e murumuru e no beneficiamento do açaí dentro da comunidade do Bauana, na RDS do Uacari, no município de Carauari, a 788 quilômetros de Manaus. O empreendimento conta com a gestão de cinco técnicos em produção sustentável e é feito juntamente com o Centro Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). Só no ano de 2018 foram produzidas 1,5 toneladas de manteiga de murumuru na EBC Bauana em primeiro contrato com a Natura Brasil, beneficiando diretamente 30 famílias em 2018.

Sobre o CAPDA

O Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA), vinculado à Suframa, foi criado em 2002 e integra a Lei de Informática nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991. O comitê é responsável por gerir os recursos destinados às atividades de pesquisa e desenvolvimento, onde tais recursos são resultados de investimentos feitos por empresas de desenvolvimento ou de produção de bens e serviços de informática. O CAPDA conta com representantes do Governo do Estado e instituições de fomento à pesquisa e inovação, além da comunidade científica e do setor empresarial.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem nas florestas. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação estratégica com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Manejo do pirarucu é fortalecido com entrega de empreendimentos de pesca em Fonte Boa

Unidade de beneficiamento, salgadeira e complexo frigorífico, adquiridos com recursos do Fundo Amazônia/BNDES via Fundação Amazonas Sustentável (FAS), foram entregues a associações de pescadores.

A pesca do pirarucu é uma das atividades mais comuns e tradicionais na região amazônica, que dão sustento e geram renda a populações ribeirinhas. Depois de anos sob escassez e sob ameaça de extinção, a espécie vem sendo recuperada com uso de métodos de pesca de manejo até se tornar uma das mais rentáveis e sustentáveis cadeias produtivas do Amazonas. Parte desses investimentos feitos foram entregues nesta terça-feira (3) a associações de pescadores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, na sede do município de Fonte Boa, a 678 quilômetros.

Uma unidade básica de beneficiamento de pirarucu, uma salgadeira e um complexo frigorífico de pescado, que receberam juntos R$ 600 mil de recursos via Fundo Amazônia/BNDES para serem construídos, agora poderão alavancar a produção do peixe e beneficiar mais de 500 famílias. Os empreendimentos só foram possíveis por meio de ações do Edital Floresta em Pé e do Programa Floresta em Pé, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em cooperação estratégica do Governo do Amazonas, via as secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e de Produção Rural (Sepror), e com apoio das associações de pescadores.

Uma dessas associações é a Associação de Pescadores e Pescadoras de Fonte Boa (ASPPFB), contemplada com a unidade básica de beneficiamento, que sozinha possui a capacidade de produzir 60 toneladas/mês de pirarucu beneficiado, isto é, congelado ou cortado, embalado e rotulado. “Isso é uma conquista para nós, os pescadores, e para a nossa cidade. Além de trazer o benefício do sustento, traz expectativa de vida para nós e para a natureza, porque faz parte da cadeia produtiva do manejo”, disse Aberlan Dias de Matos, presidente da entidade.

Além dessa unidade de beneficiamento, um barco geleiro já havia sido entregue à ASPPFB no ano passado como investimento à cadeia produtiva do manejo do pirarucu. “O manejo sustentável veio para organizar a pesca. Eu lembro lá atrás, quando eu era jovem, quando ia pescar com o meu pai, que para pescar um pirarucu era a coisa mais difícil. A gente tirava de qualquer jeito. Se no lago tivesse 100 peixes, a gente matava os 100, sem qualquer método. Meu pai dizia ‘daqui a 20 anos não vai ter mais peixe’ e hoje graças ao manejo você tem uma cota para tirar. Além de ajudar no sustento das pessoas, ajuda a preservar a espécie”, disse.

Salgadeira e complexo

Os outros dois empreendimentos, a salgadeira, onde acontece os processos de salga, secagem natural, defumação e aproveitamento de subprodutos como pele e carcaça, e o complexo frigorífico, formado por túnel de congelamento para cinco toneladas e câmara frigorífica para armazenar 40 toneladas, foram entregues via Associação de Moradores e Usuários da RDS Mamirauá/Antonio Martins (Amurmam). A salgadeira recebeu investimentos de R$ 150 mil do Fundo Amazônia/BNDES por meio do Edital Floresta em Pé e o complexo frigorífico R$ 300 mil também do Fundo Amazônia/BNDES, mas via Programa Floresta em Pé.

“O petróleo de Fonte Boa é o peixe. São 880 lagos. De Manaus a Tabatinga é o município que tem mais lagos e eu falo isso porque eu conheço. Todos esses empreendimentos de hoje vão fazer a diferença na vida do pescador porque o manejo é o emprego das comunidades. É o manejo tira o caboclo da porta do poder público. Uma obra dessa é de grande importância porque melhora a qualidade de vida das pessoas e preserva o meio ambiente”, afirmou o presidente da Amurmam, José Pereira de Souza, o “Seu Pereira”.

Investimentos

Nos últimos dez anos, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) investiu R$ 6,2 milhões em ações de geração de renda ao manejo do pirarucu na RDS Mamirauá e R$ 2,1 milhões em melhoria de infraestrutura, beneficiando cerca de 2 mil famílias em 178 comunidades. “São barcos de pesca, postos de vigilância, unidades de beneficiamento, tudo entregue e feito em parceria com diversas instituições, como o Governo do Estado, a Prefeitura de Fonte Boa, as associações. As entregas de hoje beneficiam não só os pescadores lá da ponta, nos lagos, mas também que está aqui na cidade porque gera emprego e renda aqui. É uma conquista de todos”, ressaltou Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS.

Os empreendimentos só foram possíveis por meio de ações do Edital Floresta em Pé e do Programa Floresta em Pé, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em cooperação estratégica do Governo do Amazonas. Foto: Diego Peres/ Secom

O governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou as ações em prol do desenvolvimento sustentável durante as entregas dos empreendimentos. “Eu fiz questão de vir ao município de Fonte Boa porque aqui estamos inaugurando estruturas que dão condições necessárias para essas pessoas que trabalham de forma manejada e de forma sustentável na Reserva de Mamirauá. Estamos caminhando para outras etapas junto à nossa Secretaria de Meio Ambiente e de Produção Rural para ampliar essas estruturas e para promover o manejo de outros animais, como é o caso, por exemplo, do jacaré, uma vez que a gente tem uma população significativa desse animal aqui na região”, disse.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida de populações ribeirinhas e indígenas que vivem em Unidades de Conservação (UC). Por meio de programas e projetos, como o Programa Floresta em Pé e o Edital Floresta em Pé, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Fotos: Diego Peres/Secom

8,3 toneladas de pirarucu fresco e seco oriundo de manejo à venda na FAS neste fim de semana

Pescado manejado da RDS Cujubim e RDS Mamirauá são comercializados diretamente com os pescadores, inclusive durante a Feira da FAS, no domingo (3). Os preços variam de R$ 3,50 a R$ 25 o quilo

Oito toneladas de pirarucu manejado, fresco e seco, oriundos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Cujubim, no município de Jutaí, a 751 quilômetros de Manaus, e da RDS Mamirauá, em Fonte Boa, a 678 quilômetros da capital, serão vendidas neste final de semana na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em Manaus, rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez. A venda acontece normalmente a partir de 7h30 na sexta (1) e no sábado (2), e no domingo (3) durante a Feira da FAS.

Das oito toneladas, 4,1 são só de pirarucu fresco, com preços que variam de R$ 3,50 o quilo da carcaça; R$ 12 o quilo da ventrecha; R$ 16 o quilo de manta; e R$ 22,00 o quilo do filé. Já a quantidade de pirarucu seco equivale a 4,2 toneladas, comercializadas a preços de R$ 20 o quilo da ventrecha e R$ 25 o quilo do filé. Os pagamentos poderão ser feitos em dinheiro, cartão de débito e de crédito.

Todo o peixe é oriundo de pesca manejada na RDS Cujubim e RDS Mamirauá. Os pescadores, apoiados pela FAS, vêm até a capital vender o peixe diretamente aos consumidores, sem a participação de atravessadores e/ou distribuidores. “O objetivo é promover o manejo do pirarucu e o comércio justo, aproximar o comprador dos manejadores e fazer com que eles tenham oportunidade de oferecer produtos em Manaus sem os atravessadores”, explicou Edvaldo Corrêa, coordenador de Geração de Renda do Programa Floresta em Pé.

É por meio do Floresta em Pé, e com recursos do Fundo Amazônia/BDNES, que a Fundação Amazonas Sustentável apoia o manejo do pirarucu na RDS Cujubim e RDS Mamirauá. Pelo programa, que funciona como uma política pública de pagamentos por serviços ambientais, os pescadores recebem incentivo à gestão sustentável de recursos naturais, como o pirarucu, o que gera renda às famílias e empodera as comunidades ribeirinhas.

A comercialização dessas oito toneladas de pirarucu na sede da FAS beneficiará um total de 41 famílias pescadores de quatro comunidades na RDS Cujubim e na RDS Mamirauá. “O lucro sempre é da gente, não tem atravessador no meio e recebemos o dinheiro na hora. É muito bom”, comentou o pescador Luiz Teixeira, da comunidade Paraíso, na RDS Cujubim. A venda, inclusive, tem autorização do Ibama e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e também acontece dentro do prazo estabelecido pela legislação.

Feira da FAS

Neste próximo domingo (3) acontece a 17ª Feira da FAS, uma feira de economia criativa que acontece mensalmente na sede da fundação, em Manaus, na rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez, com a proposta de oferecer à população a experiência de consumir produtos diretamente de quem faz, incluindo o peixe manejado pescado em comunidades ribeirinhas pelo Amazonas. A entrada na Feira da FAS é gratuita.

Serviço

O quê: feira do pirarucu
Quando: sexta (1), sábado (2) e domingo (3), a partir das 7h30
Onde: sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez, Manaus

Empreendedores ribeirinhos aprendem novas técnicas de movelaria e artesanato durante laboratório em Carauari

Treinamento foi promovido pela Fundação Amazonas Sustentável com a finalidade de aprimorar o conhecimento tradicional

Com o objetivo de promover a qualificação em movelaria e artesanato para empreendedores ribeirinhos da região do Juruá, no interior do Amazonas, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em parceria com a Sitawi, realizou o Laboratório Criativo de Mobiliários da Floresta, uma atividade que aconteceu na comunidade São Raimundo, na Reserva Extrativista do Médio Juruá, no município de Carauari, a cerca de 782 quilômetros de Manaus.

“Essa é uma formação inédita que está acontecendo aqui na região porque traz novos conhecimentos, técnicas de produção e desenvolvimento de produtos inovadores que irão auxiliar no desafio que é empreender na Amazônia” afirmou Wildney Mourão, coordenador de Empreendedorismo da FAS. Para facilitar a formação, o laboratório contou com a participação da designer de produtos Iuçana Mouco e do líder de marcenaria Edvaldo Almeida, ambos com experiência em criação e desenvolvimento de mobiliários de grande porte e artesanato em madeira.

Ao todo, 13 empreendedores da região participaram da atividade e receberam treinamento que envolvia noções de design como criação e desenvolvimento de mobiliário, ergonomia para mobiliário e leitura de desenho técnico. A capacitação também abordou temas voltados para a área de marcenaria como segurança e organização do espaço da oficina, uso e manutenção de ferramentas e maquinário e uso da madeira, técnicas de marchetaria com foco em secagem, usinagem e acabamento.

Durante o treinamento, produtos como mesas de centro e armários foram elaboradores pelos participantes. Além disso, os empreendedores também aprenderam a usar novas ferramentas e maquinários para tornar o processo produtivo mais inovador. “Antes eu usava a faca para fazer acabamento e agora eu aprendi a usar a tupia, que diminuiu para dez minutos o trabalho que eu levava mais de uma hora para fazer”, disse Fabrício de Souza, empreendedor da comunidade Morada Nova.

Os próximos passos do projeto consistem em ações de acesso ao mercado e comercialização dos produtos desenvolvidos durante e após o Laboratório, continuação de mentoria e coaching para os empreendedores e monitoramento dos indicadores de desempenho e resultados.

O Laboratório Criativo de Mobiliários da Floresta é uma ação do projeto de Empreendedorismo do Programa Território Médio Juruá. O programa é financiado pela USAID, Natura e Coca-Cola Brasil, coordenado pela Sitawi e realizado em parceria com associações locais de Carauari, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos, sem vínculos político-partidários, que tem por missão contribuir para a conservação ambiental da Amazônia por meio da valorização da floresta em pé, da biodiversidade e da melhoria de qualidade de vida dos povos da floresta. Seus programas beneficiam cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação (UC) do Estado, com iniciativas de geração de renda, empoderamento comunitário, melhoria social e desenvolvimento sustentável.

FAS vence prêmio da Unesco por ações de desenvolvimento sustentável na Amazônia

Única organização brasileira e única da América do Sul em toda a história a levar o prêmio, a FAS atua há mais de 11 anos na conservação ambiental e valorização das pessoas que vivem nas florestas

As ações de educação promovidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) para desenvolver comunidades tradicionais da Amazônia renderam à organização um reconhecimento único. Com mais de 11 anos de atuação pela conservação ambiental e valorização das pessoas que vivem nas florestas, a FAS foi anunciada vencedora do Prêmio Unesco sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) 2019, concedido a soluções inovadoras de todo o mundo capazes de transformar a realidade do meio ambiente, da economia e da sociedade através do desenvolvimento sustentável.

Outros dois projetos globais também foram premiados, um em Botsuana, sobre educação para a vida e o trabalho, e outro na Alemanha, com ações para combater as mudanças climáticas. Em toda a história, a FAS é a única organização brasileira e de toda a América do Sul a ser premiada. Os vencedores foram escolhidos por um júri internacional independente formado por membros com grande reputação no campo da EDS, entre eles Oscar Motomura (Brasil), Stephen Sterling (Reino Unido), May Makhzoumi (Líbano), Yoshiyuki Nagata (Japão) e Akpezi Ogbuigwe (Nigéria).

O anúncio dos vencedores foi feito pela diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. Cada um dos premiados receberá um valor de US$ 50 mil financiados pelo Governo do Japão. A entrega vai acontecer no próximo 15 de novembro na sede da Unesco em Paris, na França, durante a Conferência Geral da Unesco.

Desenvolvimento sustentável

Entre as ações da FAS de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) na Amazônia que levaram à conquista do prêmio estão soluções inovadoras aplicadas em 581 comunidades ribeirinhas e indígenas, que ficam situadas em 16 Unidades de Conservação (UC), numa área equivalente a 10,9 milhões de hectares, onde mais de 39 mil pessoas e 9.598 famílias são beneficiadas. Dentre essas ações estão projetos e programas voltados para geração de renda, gestão de recursos naturais, empoderamento comunitário, capacitação de lideranças, conhecimento tradicional, apoio a educação formal, primeira infância, monitoramento da floresta, infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento.

Tais iniciativas são ensinadas e repassadas às populações tradicionais dentro de espaços físicos construídos pela própria FAS nas comunidades ribeirinhas e indígenas, os chamados Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS). Ao todo, são nove NCS em todo o Amazonas que servem como plataforma de implementação do EDS e de espaços para promoção de educação e de políticas públicas para alavancar soluções adaptadas ao desenvolvimento sustentável.

Só neste ano, de janeiro a setembro de 2019, mais de 750 alunos estavam matriculados participando de atividades de educação nos NCS, de Ensino Fundamental até Médio, Educação para Jovens e Adultos (EJA) e Superior, além de cursos livres. De 2016 a 2019, foram mais 340 cursos e formações desenvolvidas.

Redução do desmatamento

A estratégia de levar ações de educação para desenvolver comunidades na Amazônia fez da FAS a instituição brasileira com os maiores resultados de conservação ambiental na região amazônica. Nos últimos anos, os programas e projetos da fundação alcançaram índices extremamente positivos na redução do desmatamento, dos focos de calor e da pobreza na Amazônia.

Em dez anos, entre 2008 e 2018, as taxas de desmatamento diminuíram 76% nas áreas de atuação da FAS, conforme dados do Inpe/Prodes, e o número de focos de calor nessas áreas protegidas também caiu 33% entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, conforme o Prodes. Já a renda média mensal por pessoa nas UCs aumentou 202%, segundo levantamento da Action e do Banco Mundial.

Investimentos

Esses resultados reforçam a tendência de que a conservação ambiental está diretamente ligada à promoção da melhoria da qualidade de vida das populações que vivem nas florestas.

Com esse foco, a Fundação Amazonas Sustentável vem investindo nos últimos dez anos mais de US$ 85 milhões em educação relevante para geração de renda, empoderamento comunitário, gestão de cadeias produtivas e educação formal, oriundos de cooperação internacional como o Fundo Amazônia/BNDES e a agência alemã GIZ, além do financiamento de empresas privadas como o Bradesco, a Samsung e a Coca-Cola.

Além disso, a FAS tem aumentado a própria participação na discussão de políticas públicas em nível global, com negociações climáticas, em nível nacional, com políticas florestais, e subnacional com serviços ambientais, e também colaborando com a produção científica solicitando de mais de 130 pesquisadores a avaliação e a análise dos próprios projetos, programas e resultados internos.

O superintendente-geral da fundação, Virgílio Viana, reforça a estratégia de conservar o meio ambiente por meio do investimento em educação para o desenvolvimento sustentável. “Temos apoiado desde o início ações inovadoras de educação capazes de fazer com que as pessoas façam uma ponte entre o saber tradicional das suas culturas com o saber e o conhecimento científico contemporâneo. Nossa ideia é fazer das pessoas empreendedoras da floresta, líderes de processos inovadores capazes de dar valor à biodiversidade da Amazônia, gerando emprego e renda e fazendo com que a floresta tenha mais valor em pé do que derrubada”, concluiu.

Sobre o prêmio

Financiado pelo Governo do Japão, o Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável está na quinta edição. Nos anos anteriores venceram iniciativas da Guatemala, El Salvador, Alemanha, Indonésia, Camarões, Japão, Reino Unido, Jordânia, Zimbábue, Namíbia e Estônia.

O prêmio foi estabelecido pelo Conselho Executivo da Unesco no âmbito do Programa de Ação Global sobre ESD, para divulgar e recompensar iniciativas de ESD transformadoras. Os vencedores são escolhidos por um júri internacional independente com base em critérios como soluções inovadoras capazes de mudar a realidade das pessoas por meio do desenvolvimento sustentável do meio ambiente, da economia e da sociedade.

Quatro toneladas de tambaqui manejado são vendidas neste fim de semana na sede da FAS

Consumidores de Manaus poderão comprar tambaqui dos rios e lagos da RDS Mamirauá direto dos pescadores, a preços que variam de R$ 9 a R$ 16 o quilo. A venda gera renda às famílias ribeirinhas

Quatro toneladas de tambaqui manejado oriundo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, na região do Médio-Solimões, serão vendidas neste final de semana, sexta (11) e sábado (12), das 7h às 16h, na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), na rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez. Os preços variam de R$ 9 o quilo do tambaqui até 4,9 kg; R$ 11 o quilo do tambaqui até 6,9 kg; R$ 14 o quilo do tambaqui até 10,9 kg; e R$ 16 o quilo do tambaqui acima de 11 quilos.

Todo o tambaqui a ser vendido beneficia famílias de pescadores da comunidade Terra Nova, no município de Fonte Boa, a 678 quilômetros de Manaus, dentro da RDS Mamirauá, na região do Médio-Solimões. A comercialização, que é coordenada pela Associação de Moradores e Usuários da RDS Mamirauá Antônio Martins (Amurmam), incentiva a cadeia produtiva do manejo de peixe e gera renda direta aos pescadores, já que o produto não passa por atravessadores ou distribuidores e o lucro fica com os ribeirinhos.

A venda dos pescados manejados em Manaus também acontece por meio do apoio e incentivo da FAS às associações de pescadores que atuam nas Unidades de Conservação (UC) do Amazonas, em cooperação estratégica com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Pelo Programa Floresta em Pé, o antigo Bolsa Floresta, e recursos do Fundo Amazônia/BNDES, ações de geração de renda e empoderamento comunitário são desenvolvidas com os pescadores.

Tanto a venda quanto a pesca dos tambaquis por métodos de manejo acontecem no prazo estabelecido pela legislação ambiental e têm autorização do Ibama e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). “O objetivo é promover o manejo e o comércio justo, aproximar o comprador dos manejadores e fazer com que os pescadores tenham oportunidade de oferecer seus produtos em Manaus sem a participação de atravessadores”, disse Edvaldo Corrêa, coordenador do Programa Floresta em Pé.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Serviço

O quê: venda de tambaqui na sede da FAS
Quando: sexta (11) e sábado (12), das 7h às 16h
Onde: sede da FAS, na rua Álvaro Braga, 351, Parque Dez