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Projeto Aliança prioriza comunidades distantes do Amazonas em ações de enfrentamento ao coronavírus

Crédito das imagens: Arthur Castro

Indígenas e ribeirinhos do Amazonas que moram em regiões de difícil acesso terão prioridade nas ações de enfrentamento à Covid-19 articuladas pelo projeto “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus”, coordenado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com o apoio de aproximadamente 60 parceiros, entre instituições públicas e privadas, empresas e prefeituras. As atividades estão beneficiando as comunidades com a distribuição de cestas básicas, testes rápidos, EPIs, produtos de higiene, medicamentos, materiais de divulgação, entre outros.

Para fazer a melhor distribuição dos recursos e materiais arrecadados, o projeto Aliança estabeleceu critérios de priorização de ações. Dessa forma, as comunidades mais distantes de municípios sede, em região de difícil acesso, com mais de 100 famílias, muitas notificações de casos de coronavírus e óbitos confirmados pela doença, terão prioridade nas doações e atividades desenvolvidas pela iniciativa.

“Sabemos que as necessidades das comunidades são maiores que a quantidade de recursos que conseguimos arrecadar. Por isso, a FAS propôs esses critérios para que a Aliança estabeleça e direcione da melhor forma possível o apoio para as regiões afetadas”, explicou o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana.

Deste modo, comunidades em calhas de rios, como o Solimões, e em Unidades de Conservação (UCs), terão prioridade nos esforços dos parceiros do projeto Aliança. Os critérios de prioridades também avaliam as informações repassadas pelos membros da iniciativa, durante reuniões semanais que atualizam o avanço da Covid-19 no Amazonas.

 

Doações

Desde o início das suas ações, no mês passado, a Aliança já garantiu assistência para mais de 32 municípios do Amazonas. Famílias da etnia Kokama e de bairros, e comunidades próximas de Manaus serão beneficiadas com 1,5 mil cestas básicas doadas pela Fundação Maggi. Em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Amazonas (Sema), o projeto assegurou recursos para a confecção de 10 mil máscaras que serão distribuídas em sete UCs do Amazonas. As máscaras serão produzidas por associações de moradores.

Cem testes rápidos para detectar o coronavírus e um oxímetro foram doados para a comunidade indígena Três Unidos, localizada no rio Cuieiras. Do Instituto BioFao, a Aliança recebeu a doação de 600 medicamentos homeopáticos para ajudar a fortalecer o sistema imunológico dos pacientes nos municípios de Itapiranga e Iranduba.

Outro destaque é a parceria com o projeto Aus Ouvidos, que disponibilizará um serviço online de atendimento psicológico e escuta solidária para a população e profissionais de saúde que prestam assistência à pacientes com coronavírus.

Demandas

As diversas comunidades tradicionais atendidas pela Aliança relatam necessidades distintas, desde alimentos a equipamentos médicos, testes rápidos, além de combustível para o deslocamento até as regiões mais afastadas. A assistente social de Nova Olinda do Norte, Mary Jane Frota, falou sobre a dificuldade que o município enfrenta durante a pandemia.

“Nova Olinda do Norte é parada obrigatória a caminho de vários municípios e nossas demandas só aumentam. Estamos com três óbitos e vários casos confirmados. São 70 comunidades rurais em constante busca de apoio. Precisamos somar forças para amenizar a dor das pessoas atingidas pela Covid-19. Há muitas pessoas que recebem auxílio do Governo Federal, mas isso não é suficiente para suprir a necessidade dessas famílias todo mês”, afirmou Frota.

Sobre a Aliança

A “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus” é coordenada pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e tem o apoio de aproximadamente 60 parceiros, entre instituições públicas e privadas, empresas e prefeituras. Os recursos arrecadados pela articulação são utilizados  para atender as particularidades de cada região do Amazonas no combate à Covid-19.

As doações, em dinheiro ou materiais, podem ser realizadas através do site faz-amazonas.org ou do e-mail contato@fas-amazonas.org.

Feira da FAS Virtual abre inscrições para ciclistas interessados em atuar com delivery

Em parceria com o coletivo Pedala Manaus, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) selecionará, a partir desta quarta-feira (20), ciclistas que atuam com delivery para realização de entregas durante a primeira edição da Feira da FAS Virtual. Para participar do processo, é necessário preencher um formulário disponível no link: http://abre.ai/bikedelivery.

A Feira da FAS Virtual tem a proposta de incentivar a economia criativa e fortalecer os pequenos negócios em meio a pandemia do novo coronavírus, garantindo uma plataforma alternativa para exposição e venda de produtos enquanto a versão presencial do evento não pode ser realizada.

Mais de 70 empreendedores integram o catálogo online do projeto, que será divulgado nesta quinta-feira (21), nas redes sociais da feira (@feiradafas) e no site www.oldsite.fas-amazonas.org. Os consumidores poderão escolher os produtos que gostariam de adquirir, entrar em contato com o empreendedor responsável e realizar a compra sem sair de casa.

 

Bike delivery

 

Segundo o coordenador da Feira da FAS Virtual, Gabriel Cavalcante, os ciclistas selecionados serão indicados aos empreendedores participantes com objetivo de facilitar o processo de entrega durante a realização do projeto. “Alguns pequenos negócios não possuem veículo ou sistema de delivery. Por isso, buscamos uma alternativa sustentável que atendesse a essa demanda. Além disso, é uma forma de garantir oportunidade para quem está precisando de uma renda extra neste período”, destaca.

No atual momento, as bikes servem não só como meio de transporte para quem não tem a opção de ficar em casa, mas também como ferramenta de trabalho, principalmente para aqueles que oferecem seus serviços para delivery, conforme explica o coordenador do Pedala Manaus, Paulo Aguiar.

“O serviço de entrega com bicicleta tem se tornado cada vez mais relevante, principalmente em período de pandemia. Além de sustentável, a bicicleta ajuda a evitar aglomerações nos transportes coletivos e, inclusive, está sendo recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como veículo a ser usado. A ideia de utilizar esse serviço e esses trabalhadores na Feira da FAS Virtual é fantástica, pois reconhece e valoriza uma profissão que é tão vital e tão importante nos dias de hoje”, afirma.

As inscrições para entregadores ficarão abertas somente até sexta-feira (22).  Podem participar ciclistas que já atuam com delivery ou que têm interesse em entrar para o ramo – a única exigência é que o candidato possua a bicicleta. Serão selecionados 10 entregadores com base no perfil socioeconômico.

Mais informações podem ser obtidas através do e-mail: feiradafas@gmail.com.

Articulação entre instituições gera a distribuição de produtos hospitalares, de higiene e cestas básicas no enfrentamento ao coronavírus

As doações para amenizar o sofrimento no interior do Amazonas em decorrência dos impactos da pandemia do novo coronavírus já começaram. Cestas básicas e produtos de higiene já foram distribuídos e está em processo de compra pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) aproximadamente 56 mil itens hospitalares. São 31.500 luvas de procedimentos, 12.600 aventais, 420 macacões, 12.600 toucas, 40 oxímetros e 36 cilindros.

A ação é resultado da articulação no âmbito da “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus”, coordenada pela FAS com o apoio de 57 parceiros, entre instituições públicas e privadas, empresas e prefeituras. O recurso está sendo utilizado para atender as particularidades de cada região do Amazonas no combate à Covid-19.

“Estamos saindo de uma fase de sensibilização para uma fase de operacionalização da Aliança, identificando quais são as ações prioritárias e o que cada parceiro pode fazer. Ninguém estava preparado para enfrentar a Covid-19, mas acredito que nós temos encaminhamentos muito bons. É um direcionamento de como esses recursos podem ser empregados de forma correta e para quem realmente precisa”, afirmou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.

As doações são distribuídas de acordo com demandas apontadas nas reuniões dos membros da Aliança. Na última quinta-feira, dia 14, foram apresentadas algumas dessas ações. Como a doação feita pela empresa P&G de 454 mil sachês de purificação de água. Cada sachê pode purificar até 20 litros de água. Desses, 275 mil serão enviados para 3.446 famílias em seis territórios no Amazonas.

A Aliança também recebeu álcool gel doado pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef); testes moleculares doados pela Petrobras; doação de medicamento Archeus; entre outros. Com os recursos financeiros, foram contratados 10 grupos de costureiras para confecção de 7.500 máscaras de tecido. Cada grupo produziu 750 máscaras, R$ 4 cada, gerando um lucro de R$ 3 mil para cada grupo. Além disso, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) doou Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para Carauari, DSEI Manaus, DSEI Parintins, SEMSA e FUNAI de Nova Olinda do Norte.

As doações também promoveram a formação da operacionalização da plataforma Telessaúde da UEA nas comunidades Três Unidos, Tumbira, Campina e Bauana. Além disso, foram utilizadas em campanha de orientação sobre prevenção ao coronavírus na RDS Rio Madeira.

Ainda segundo o superintendente da FAS, os relatos feitos durante as reuniões (dos membros da Aliança) são extremamente importantes para que os coordenadores elaborem uma abordagem lógica a partir da realidade, pensando em todos os aspectos.  

Dificuldades

Durante a reunião online, os colaboradores da Aliança expressaram que existem muitas dificuldades quanto às demandas de alguns municípios, o que reforça a necessidade das doações. O médico que atua em São Gabriel da Cachoeira, Guilherme Monção, informou que o vírus já chegou nas comunidades mais distantes.

“Acreditamos que em aproximadamente 15 dias a situação vai ficar muito complicada. Nosso esforço é a montagem de lugares estratégicos. Conseguimos 30 concentradores de oxigênio, mas precisamos de alguns medicamentos como heparina e corticóides para começar o tratamento lá (na comunidade) e estabilizar o paciente in loco. O povo indígena é um povo sofrido, é um povo que tem pouco e precisa de muito apoio. As doações da Aliança serão importante para isso”, declarou Monção.

A indígena da etnia Kokama do Alto Solimões, Milena Marulanda, fez um relato emocionante sobre a situação do seu povo e disse que os medicamentos não estão chegando nas aldeias. “Já temos uma lista de 38 Kokamas que faleceram pela Covid-19 e isso vai continuar aumentando. Pedimos ‘socorro’ para que a gente consiga evitar um genocídio em nosso meio”, relatou.

Doações

Há várias formas de ajudar a “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus”. Pessoas físicas podem fazer doações pelo link oldsite.fas-amazonas.org e pessoas jurídicas podem entrar em contato pelo e-mail contato@fas-amazonas.org. Esses apoios podem ser de qualquer espécie, financeiro ou material.

Seminário online debate PL 2.633/2020 como desdobramento da MP 910 com lideranças, população e parlamentares

O Seminário Online: “Regularização fundiária e suas implicações na Amazônia: Projeto de Lei N.° 2.633/2020” será realizado na próxima segunda-feira, dia 18, das 17h às 19h (horário de Manaus), para debater os desdobramentos após suspensão da votação da Medida Provisória N.° 910/2019 que trata sobre a regularização fundiária de ocupações em terras da União. O Seminário terá correalização da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN-Amazônia), Deputado Federal Marcelo Ramos, Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Movimento Ficha Verde.

Para participar do Seminário, basta acessar o link: https://abre.ai/mp910. A atividade online tem o objetivo de debater subsídios para o processo de elaboração do Projeto de Lei, principalmente para esclarecer os pontos críticos da MP 910, os impactos e criar estratégias para impedir retrocessos em relação à regularização fundiária na Amazônia.

Além disso, a MP 910 apresentava como proposta medidas como a dispensa de prévia vistoria e recorria à autodeclaração como procedimento padrão de regularização, antes concedida somente aos imóveis de até 4 módulos fiscais para até 15 módulos fiscais e, agora, para o limite de 6 módulos fiscais no novo PL. Essas medidas permitiriam regularizar atividades ilegais de invasores de terras públicas, incentivando práticas de grilagem, inclusive em Terras Indígenas.

A secretária executiva da SDSN Amazônia, Carolina Ramírez, informa que é de extrema importância ampliar o debate sobre a mudança das regras sobre a regularização fundiária para encontrar as melhores medidas de proteção das terras da União. “Tanto a MP 910 quanto o novo PL propõe alterações drásticas na regularização fundiária em terras públicas federais, que precisam ser amplamente debatidas. Isso pode acarretar atividades ilegais de invasões de terras públicas e terras indígenas, e práticas de grilagem. A adoção de tais modificações sem a adequada avaliação dos possíveis impactos é realmente uma ameaça, pois pode resultar em grandes taxas de desmatamento como consequência da grilagem na região amazônica”, explica.

O seminário online terá moderação do Superintendente Geral da Fundação Amazonas Sustentável, Virgílio Viana, e tem como previsão a participação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Movimento Ficha Verde (MOFV), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Comissão de Meio Ambiente da OAB-AM, Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (SEMA), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Secretaria de Estado da Produção Rural (SEPROR), Secretaria de Estado das Cidades e Territórios (SECT), Vara do Meio Ambiente e Questões Agrárias, Ministério Público Federal (MPF), Mario Mantovani da SOS Mata Atlântica, entre outros.

Também está prevista a participação do relator da Projeto de Lei Nº 910, o senador Zé Silva, e do deputado federal do Rio de Janeiro, Alessandro Molon.

Contamos com a sua participação nessa importante mobilização pelas questões fundiárias e seus desdobramentos para a sociedade.