O superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), VirgÃlio Viana, foi convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a coordenar o processo de definição de indicadores e metas globais de sustentabilidade relacionados à s florestas. Ele é o Unico brasileiro e co-presidente do grupo “Forests, Ocean, Biodiversity, and Ecosystem Services” (Florestas, Oceanos, Biodiversidade e Serviços Ambientais). Seu foco será aos temas relacionados a florestas e serviços ambientais.
A iniciativa foi lançada pelo secretário geral da ONU, Banki Moon, e liderada pelo professor Jeffrey Sachs, diretor do Instituto da Terra, da Universidade de Columbia. VirgÃlio também participa da reunião do Conselho de LÃderes dessa ação, denominada “Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”. O resultado do Conselho será apresentado na assembleia geral da ONU, em setembro de 2013.
O primeiro desafio da Rede é formular indicadores e metas globais de sustentabilidade relacionados à s florestas. Esses dados integrarão os novos objetivos do milênio, que terão vigência de 15 anos, entre 2015 e 2030. “Já temos uma versão preliminar desses objetivos. E um deles trata com a ênfase maior sobre florestas e os oceanos. Ã? esse a que tenho me dedicado mais”, conta VirgÃlio, que foi o primeiro secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.
“A surpresa é que vários indicadores foram alcançados, e outros não. Mas houve progresso de muitos. E então foi acordado que serão feitos novos indicadores, que darão mais ênfase para a questão ambiental, pois os antigos objetivos do milênio deram muita ênfase para as questões sociais, como pobreza, mortalidade e educação. Foram chamados lÃderes do mundo inteiro, mais da área acadêmica e institucional para ajudar, subsidiar. Uma das pessoas está relacionada aos oceanos, outra com biodiversidade, outra com agricultura, e Ban Ki-Moon me chamou para fazer a coordenação dos assuntos de floresta. Isso é uma honra”, afirma.
 Consulta ao documento até o dia 22 de maio
A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU â?? UNSDSN na sigla em inglês â?? United Nations Sustainable Development Solutions Network, no dia 07 de maio, divulgou o primeiro documento preliminar disponÃvel para consulta pUblica que irá definir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma atualização dos Objetivos do Milênio. Intitulado “An Action Agenda for Sustainable Development” (Agenda de Ação para o Desenvolvimento Sustentável), o documento está disponÃvel até 22 de maio, para receber comentários, correções e sugestões dos cidadãos interessados. O documento está disponÃvel em www.unsdsn.org/resources/draft-report-public-consultation/, na versão em inglês. Nos próximos dias uma versão em português estará disponÃvel.
O documento foi criado pelos lÃderes do conselho desta rede, que tem como objetivo mobilizar conhecimentos técnicos e cientÃficos da academia, sociedade civil e setor privado para apoiar os problemas-soluções de desenvolvimento sustentável em escala local, nacional e global. A lista com os membros do conselho está disponÃvel em www.unsdsn.org/leadership-council/.
Para colaboradores, participação é importante
A coordenadora geral do Programa Bolsa Floresta, Valcléia Solidade, comenta que a participação de VirgÃlio tem uma importância Ãmpar para a Amazônia. Ela aponta o conhecimento de causa do superintendente como principal ganho da nova Rede.
“A participação dele é importante, primeiro pelo grande conhecimento que possui. A contribuição vai ser muito qualitativa nesse sentido, uma vez que ele vivencia essa realidade. Ã? muito respeitável ter uma pessoa que leve essa realidade em conta, elaborando esses indicadores, traçando as diretrizes pra melhoria da qualidade de vida das pessoas. Ele encontra-se no lugar certo , na hora certa”, comenta.
O coordenador de projetos especiais da FAS, Victor Salviati, enaltece a importância da presença de um brasileiro na Rede. Para ele, as discussões ganham força agora e a partir de 2015.
“Ã? importante termos um brasileiro neste comitê, ainda mais no grupo de florestas e biodiversidade, pois não só demonstra que temos capital humano para tanto, como teremos voz nas discussões pós-2015”, explica.